Em Foz, 17 educadores da rede municipal foram contaminados pela covid-19

Pelo menos três deles estão internados; sindicato pede o cancelamento do retorno presencial das aulas, prvisto para a próxima segunda.

Pelo menos três deles estão internados; sindicato pede o cancelamento do retorno presencial das aulas, previsto para a próxima segunda.

“Ninguém quer parar de trabalhar, nós apenas queremos preservar vidas e evitar o colapso do sistema de saúde do município.” A fala de Marli Maraschin de Queiroz, presidente do Sindicato dos Professores e Profissionais da Educação da Rede Pública Municipal de Foz do Iguaçu (SINPREFI) tem se repetido numa sequência de reuniões realizadas desde o início do mês de fevereiro com representantes do executivo municipal.

Desde que as reuniões pedagógicas presenciais iniciaram nas unidades escolares, o SINPREFI já foi informado da contaminação de, pelo menos, 17 educadores municipais: 12 atuam em escolas municipais (4 deles na mesma escola) e 5 em Centros de Educação Infantil (CMEI´s) do município. Desse total, 3 profissionais estão internados, sendo que, de acordo com informações recebidas pelo SINPREFI, um deles aguardava vaga na UTI, em Foz.

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“A situação dessa professora que não conseguiu vaga na UTI em Foz comprova que o sistema de saúde do município já não consegue mais dar suporte ao número de casos,” defende a diretora de políticas sindicais do SINPREFI, Viviane Jara Benitez.

Segundo ela, a movimentação nas escolas põe em risco não só os profissionais da educação, mas toda a comunidade escolar, incluindo os alunos, os pais e os demais familiares. O boletim divulgado ontem (23) pela Vigilância Epidemiológica de Foz do Iguaçu, aponta 401 novos casos de COVID-19 em 24h.

Para as diretoras sindicais, retomar as aulas na próxima segunda-feira (01) no modelo híbrido (remoto + presencial) apresentado pela Secretaria Municipal de Educação (SMED) cria um perigo de contaminação que pode ser evitado.

O SINPREFI defende que as aulas sigam no modelo adotado no ano passado, com atendimento remoto. A presidente do sindicato reitera que os profissionais da educação não pararam de trabalhar, pelo contrário: tiveram que se reinventar, usar equipamentos próprios, internet de casa, avançar além do horário de trabalho para dar conta dessa demanda que foi uma novidade para todos.

“Estamos dispostos a seguir nos sacrificando para preservar vidas. Sabemos que muitos pais nos apoiam nesta decisão e farão o sacrifício junto conosco, como já fizeram!”, defende ela.

O SINPREFI encaminhou ofício à SMED na segunda-feira (22) solicitando atualização diária do número de casos de educadores municipais infectados, mas ainda não foi respondido. Além disso, o sindicato irá buscar, junto aos órgãos de saúde, a possibilidade de fechamento de uma das escolas municipais onde 4 profissionais estão contaminados pela COVID-19.

No dia 10 de fevereiro, em Assembleia Geral, os educadores sinalizaram estado de greve como alerta contra a retomada das aulas presenciais. Além disso, 1.029 profissionais da educação responderam um formulário digital elaborado pelo sindicato e 73,9% do total registraram que são contrários à volta às aulas presenciais. Na próxima sexta-feira (26) haverá nova Assembleia Geral para deliberar sobre indicação de paralisação por prazo determinado ou indeterminado caso o município insista em manter o retorno às aulas de forma presencial.

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