Pesquisa sobre algas degradadoras leva alunos da Unila a Paris

Competição internacional da área de engenharia de sistemas biológicos reúne estudantes de pelo menos 66 países

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Estudantes da Universidade Federal da Integração Latino-Americana (Unila) participarão, entre os dias 2 e 5 de novembro, em Paris, da International Genetically Engineered Machine (IGEM), uma competição internacional de engenharia de sistemas biológicos.

A equipe é formada por 19 alunos de Ciências Biológicas, Biotecnologia, Ciências da Natureza, Engenharia e Economia. A proposta é usar microalgas para degradar plásticos contidos em esgoto. O nome do projeto, Mhetyguá, tem relação com a enzima MHETase, estudada por eles; e a partícula YGAU significa alga em guarani.

A competição é organizada pela Fundação iGEM, situada em Boston, nos Estados Unidos. Um total de 400 equipes de estudantes vindos de aproximadamente 66 países vai competir no evento. O time da Unila será representado por seis estudantes e o professor orientador, Cristian Rojas.

Estudos tiveram início este ano. Foto: Lucas Ovelar.

Os estudantes estão desenvolvendo desenhos de circuitos genéticos para inserir enzimas PETase e MHETase em microalgas da espécie Chlamydomonas reinhardtii. As enzimas PETase degradam a molécula PET – polietileno tereftalato (contida em garrafas PET) –, transformando-a em molécula MHET. Com a modificação é introduzida a enzima MHETase, deixando-a mais simples.

O objetivo do projeto é verificar o comportamento das microalgas geneticamente modificadas em lagoas de estabilização de estações de tratamento de esgoto, por meio de estudos computacionais e equações matemáticas.

Um dos integrantes da equipe, o estudante de Ciências Biológicas Henrique Rubino Martins, 23 anos, tem a expectativa de o time conseguir reconhecimento com o projeto, a partir da competição. “Também esperamos sensibilizar as pessoas quanto a essa problemática alarmante dos microplásticos e poluentes aquáticos”, diz.

Algas degradadoras é o objeto de estudo da equipe. Foto: Lucas Ovelar.

Iniciativa dos próprios alunos, o projeto teve início neste ano e tem apoio da Itaipu Binacional. Chamada de SynFronteras, a equipe foi criada em 2020 para promover atividades de divulgação da biologia sintética para a comunidade. Os estudantes são de seis países latino-americanos.

Em 2021, o grupo SynFronteras ganhou medalha de ouro no IGEM com o projeto “BioPank: Uma Plataforma de Paratransgênese no Controle da Transmissão de Leishmaniose”.

O projeto contribuiu para criação da Lei 5.172, aprovada em 11 de outubro de 2022 em Foz do Iguaçu. A norma dispõe sobre a notificação compulsória à Secretaria Municipal de Saúde de casos suspeitos ou confirmados de leishmaniose visceral e outras zoonoses emergentes.

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