Brasileiros invadem matas na Argentina para caçar, dizem guardas-florestais

Grupo de Operações na Selva (GOS) aponta a Reserva da Biosfera Yabotí, próxima à fronteira, como a área mais vulnerável.

Apoie! Siga-nos no Google News

Grupo de Operações na Selva (GOS) aponta a Reserva da Biosfera Yabotí, próxima à fronteira, como a área mais vulnerável.

O problema da caça em áreas de proteção à mata nativa na Argentina tem proporções binacionais, segundo o Grupo de Operações na Selva (GOS), unidade composta por guardas-florestais da província de Misiones. Caçadores vindos do Brasil figuram entre os principais depredadores de espécies como antas, pacas e veados.

Em reportagem publicada na sexta-feira (3), o jornal El Territorio informa que o GOS faz até 12 operações mensais para desmontar acampamentos e estruturas utilizadas para a caça clandestina. Um dos locais mais vulneráveis é a Reserva da Biosfera Yabotí, localizada na fronteira de Misiones com os estados brasileiros de Santa Catarina e Rio Grande do Sul.

Alan Vortisch, subsecretário de Ecologia da província, disse que a caça aumentou nos primeiros meses da pandemia, devido à redução nas operações de campo. Segundo ele, os perfis mais comuns são os caçadores profissionais ou que participam de excursões, em sua maioria vindos do Brasil, e os moradores que praticam caça de subsistência.

“Há os caçadores que vêm do Brasil até a reserva Yabotí porque fica perto, o rio Peperi-Guaçu não é muito volumoso e nem tão largo. Muitas vezes, quando está baixo, dá para passar a cavalo, de moto e até de trator”, relatou Vortisch. “Geralmente, são grupos de caçadores que participam de excursões ou que caçam animais para vendê-los no Brasil.”

Outros locais citados na reportagem do El Territorio são o Parque Provincial Urugua-í, cujo acesso principal fica a 90 quilômetros de Puerto Iguazú; o Parque Provincial Horacio Foerster, próximo à divisa com o Sudoeste Paranaense; e a região do vale de Cuñá Pirú, vizinha à fronteira com o Paraguai.

A multa para quem for flagrado caçando pode chegar a P$ 3,2 milhões (R$ 98 mil). “Quando uma pessoa é detida, é lavrado o auto de infração e apreendido o armamento. O infrator é colocado à disposição da justiça da província, que geralmente aplica uma multa e determina a apreensão definitiva de todos os materiais”, detalhou o subsecretário Vortisch.

Misiones é a província da Argentina com maiores índices de biodiversidade, principalmente nas regiões de predomínio de Mata Atlântica, similar à existente no Brasil. Durante as operações do GOS, há constante apreensão de carne de animais como antas, pacas, quatis, veados e queixadas.

LEIA TAMBÉM
1 comentário
  1. […] Leia também:Brasileiros invadem matas na Argentina para caçar, dizem guardas-florestais […]

Comentários estão fechados.