O Codefoz e o Codetri, conselhos de desenvolvimento de Foz do Iguaçu e da região trinacional, cobraram respostas formais dos órgãos federal e estadual sobre a abertura, a operacionalização e o uso seguro da Perimetral Leste e da Ponte Internacional da Integração Brasil–Paraguai. A manifestação da sociedade civil exige cronograma definido e evidências de regularidade técnica e legal nos procedimentos.
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O documento foi encaminhado ao Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) e ao Departamento de Estradas de Rodagem do Paraná (DER/PR), com pedido de posicionamento técnico e objetivo sobre o tráfego na nova rodovia e sua interface logística e operacional com a segunda ponte. Entre os pontos destacados está a cobrança por prazos oficiais para as entregas e inaugurações.
Segundo os conselhos, a solicitação decorre do impacto direto dessas obras na mobilidade urbana, no comércio, no turismo e, sobretudo, na segurança viária em uma região estratégica de integração trinacional, que conecta Argentina, Brasil e Paraguai. O pedido estabelece prazo máximo de cinco dias úteis para uma resposta consolidada e documental.
“É dever do poder público fornecer à sociedade informações de interesse coletivo, assim como é sua obrigação garantir a segurança das pessoas. Estamos pedindo transparência nos procedimentos e decisões”, afirma o presidente do Codefoz, Marcelo Brito. “Foz do Iguaçu e a região trinacional são muito maiores do que disputas políticas ou eleitorais. Exigimos respeito”, completa.
O presidente do Codetri, Roni Temp, ressalta que a sociedade civil sempre atuou como parceira das instâncias governamentais para viabilizar obras estruturantes. “Não é possível que agora, na conclusão desses projetos, informações desencontradas e decisões sem diálogo ofusquem ou coloquem em risco a importância desses investimentos para as cidades de Foz do Iguaçu, Presidente Franco, Ciudad del Este e Puerto Iguazú”, observa.
Perimetral e Ponte da Integração
No ofício, Codefoz e Codetri cobram do DNIT e do DER/PR esclarecimentos sobre a regularidade legal e técnica da anunciada liberação da Perimetral Leste; a data efetiva para a trafegabilidade plena e segura da rodovia; e a coordenação operacional e de fiscalização entre órgãos públicos e autoridades fronteiriças. Também solicitam um plano de operação detalhado, com previsões para horários de pico, circulação de veículos pesados, rotas de desvio, restrições temporárias e protocolos de contingência.
Os conselhos ainda pedem comunicação prévia e adequada à população e a definição clara sobre a responsabilização por eventuais acidentes e a gestão de riscos, indicando atribuições, órgãos responsáveis e os atos administrativos e técnicos que embasarão decisões de liberação.
Ao final, as entidades reconhecem a relevância das obras, mas manifestam o que classificam como “inconformismo institucional” diante da insuficiência de diálogo e comunicação do poder público com a sociedade. Também apontam a percepção de entraves políticos e institucionais na agenda de inaugurações, considerados incompatíveis com os princípios republicanos.



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