Pesquisa comprova: brasileiros deixam de ir à Argentina devido à demora na ponte

Segundo o estudo, encomendado por empresários argentinos, 46% dos entrevistados disseram que desistiram de cruzar a fronteira.

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Segundo o estudo, encomendado por empresários argentinos, 46% dos entrevistados disseram que desistiram de cruzar a fronteira.

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A Câmara de Comércio de Puerto Iguazú divulgou, nessa terça-feira (23), os resultados da pesquisa encomendada pela entidade para registrar, em números, a dinâmica da passagem de turistas e moradores da fronteira pela aduana argentina da Ponte Tancredo Neves, que é considerada o principal entrave à circulação de pessoas e mercadorias.

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Realizado no mês de julho, o estudo consistiu na aplicação de questionário eletrônico, direcionado a moradores de Foz do Iguaçu, Ciudad del Este e demais cidades da região fronteiriça; e entrevistas presenciais com pessoas que fizeram a travessia, totalizando média diária de 300 respostas on-line e 160 contatos em campo.

Do total de estrangeiros ouvidos, 78% eram brasileiros, em sua maioria moradora do Paraná e de Foz do Iguaçu; e 22%, paraguaios. Um dado importante é que 46% admitiram que deixaram de visitar Puerto Iguazú devido à demora na passagem pela fronteira, enquanto apenas 22% responderam que costumam passar a fronteira mais de uma vez por mês.

Gráfico: Câmara de Comércio de Puerto Iguazú

Já em relação à demora na fila, 46% disseram perder mais de uma hora, com 27% relatando mais de duas horas; 20%, entre 30 minutos e uma hora; 2%, entre 15 e 30 minutos; e 1%, menos de 15 minutos. As sugestões mais comuns para agilizar a passagem foram a informatização dos processos, a disponibilização de mais equipes e a flexibilização dos controles.

Gráfico: Câmara de Comércio de Puerto Iguazú

Gastos

O estudo encomendado pela Câmara de Comércio buscou quantificar também o gasto médio de cada visitante em Puerto Iguazú. Dos entrevistados, 58% revelaram desembolsar entre US$ 50 e US$ 200 por visita à cidade argentina; 31%, entre US$ 200 e US$ 500; e 11% informaram que gastam mais de US$ 500 em produtos e serviços.

Gráfico: Câmara de Comércio de Puerto Iguazú

Os itens mais procurados são os alimentos e bebidas (em mercados, mercearias e estabelecimentos do gênero), com 32% das respostas, gastronomia (28%), serviços de turismo (16%), combustíveis (12%), medicamentos e produtos de farmácia (6%), serviços de hotelaria (5%) e serviços de medicina privada (1%).

Gráfico: Câmara de Comércio de Puerto Iguazú

“O resultado demonstra o que estamos dizendo há tempos, temos uma enorme perda de trabalho e de oportunidades, tudo porque não podemos encontrar uma forma de agilizar essa passagem fronteiriça”, lamentou Joaquín Barreto, presidente da Câmara de Comércio, em declarações reproduzidas com destaque pelo jornal La Nación.

“Corredor turístico”

A principal proposta dos empresários de Puerto Iguazú, já apresentada a entidades como a Direção Nacional de Migrações (DNM) e à Administração Federal de Ingressos Públicos (AFIP), é a criação de um “corredor turístico” para flexibilizar a passagem pela aduana da Ponte Tancredo Neves, diminuindo as filas para entrada e saída.

A iniciativa, que até o momento não conta com o aval do governo federal argentino (responsável pela decisão final), prevê que turistas e moradores da fronteira que cruzem a ponte para visitar somente Puerto Iguazú, retornando ao Brasil ou ao Paraguai no mesmo dia, sejam fiscalizados apenas por amostragem, sem obrigatoriedade de parada na aduana.

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