Portaria do governo brasileiro só permite ingresso de moradores de Puerto Iguazú

Os argentinos de outras localidades não poderão atravessar a fronteira pela Ponte Tancredo Neves.

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Os argentinos de outras localidades não poderão atravessar a fronteira pela Ponte Tancredo Neves.

Uma portaria publicada no Diário Oficial na terça-feira, dia 5, proíbe a entrada no Brasil de estrangeiros de qualquer nacionalidade por rodovias ou outros meios terrestres.

Mas ressalva que é permitido o tráfego de residentes fronteiriços em cidades-gêmeas, como é o caso de Foz do Iguaçu e Puerto Iguazú, com apresentação de documento comprobatório. E desde que haja reciprocidade no tratamento ao brasileiro pelo país vizinho.

Como brasileiros estão autorizados a entrar na Argentina, os moradores de Puerto Iguazú podem vir a Foz, sem qualquer problema ou exigência.

Tanto no lado brasileiro como na margem argentina, há muitas dúvidas sobre a travessia da fronteira. Mas, agora, com a portaria, Foz fica aberta para os vizinhos.

Já pra ir a Puerto Iguazú é preciso cumprir tantas exigências que pouca gente se anima, embora tenha interesse de fazer compras ou ir a restaurantes de lá.

DOIS TESTES

Uma das exigências causa estranheza: é preciso apresentar um PCR negativo para covid-19 e, ao chegar na Aduana argentina, fazer ainda um teste de antígeno.

Fredy, um morador de Puerto Iguazú, questionou isso em mensagem a um portal que falava dos protocolos a serem cumpridos pra entrar na Argentina.

“Para que pedir o PCR se vai ser feita a prova de antígeno, por mais que seja gratuita?”, perguntou. E acrescentou: “O resultado: os brasileiros vão a Ciudad del Este, os paraguaios a Foz e aqui não vem ninguém. Outro grande êxito da pior forma do mundo de lidar com a pandemia”.

Além dos testes, é exigido que o visitante também apresente comprovação de que tomou as duas doses de vacina e que faça uma declaração jurada (que pode ser preenchida pela Internet e entregue na Aduana. O link da declaração é este).

Um detalhe fundamental a quem vai a Puerto Iguazú: é preciso entregar a declaração jurada também ao sair da Argentina. Então, faça duas vias, uma pra entrar e outra pra sair.

Ninguém é informado sobre isso. Aí, ao retornar, tem que fazer a declaração, o que é demorado.

Por fim, leve seu RG ou passaporte, que a carteira de motorista não é mais aceita.

GASOLINA BARATA

Mesmo com poucos brasileiros na cidade, os comerciantes de Puerto Iguazú estão confiantes de que o movimento só tende a aumentar, daqui pra frente.

Mas os donos de postos de combustíveis estão preocupados. Eles acham que, a exemplo do que houve em 2001 e 2008, o baixo preço da gasolina argentina, comparado ao brasileiro, vai fazer com que se formem longas filas e falte combustível.

É que cada posto tem direito a determinada quota, que não pode ser aumentada. E o combustível está muito barato, em relação aos preços internacionais, como advertiu o empresário Faruk Jalaf, presidente da Câmara de Postos de Serviço do Nordeste Argentino, em entrevista ao portal Primera Edición.

“Eles fixam os preços e os deixam congelados por muito tempo. Com isso, os valores reais disparam” nos países vizinhos, como é o caso do Brasil e mesmo do Paraguai.

Numa comparação feita pela portal, a gasolina custa 100 pesos, em média, na Argentina; no Brasil, mais que o dobro, 210 pesos. E, embora mais barata, no Paraguai custa 190 pesos e tem um novo reajuste previsto para os próximos dias.

Faruk Jalaf diz que o preço da gasolina argentina deveria ter um reajuste mensal de 3%, pra depois não haver aumentos muito grandes, “que é o que vai acontecer depois das eleições, no final do ano”.

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