Lideranças da Argentina, Brasil e Paraguai firmaram o compromisso de fomentar a Região Metropolitana Trinacional, tendo como primeiro objetivo o planejamento integrado das cidades vizinhas. A agenda, realizada no último dia 8, reuniu agentes públicos, empresários e representantes institucionais dos três países. O consultor Gustavo Tanigushi apresentou palestra sobre o tema e enfatizou a importância da atuação conjunta para ampliar oportunidades e solucionar desafios compartilhados.
O diálogo foi promovido pela Associação Comercial e Empresarial de Foz do Iguaçu (ACIFI) e pelo Conselho de Desenvolvimento da Região Trinacional do Iguassu (Codetri). Entre os presentes estavam o governador de Alto Paraná, no Paraguai, César Landy Torres, e o secretário estadual de Turismo, Leonaldo Paranhos, que representou o Governo do Paraná.
Diretor da URBTEC, consultoria em desenvolvimento urbano com 27 anos de atuação no Brasil e no exterior, Tanigushi apresentou experiências de planos integrados e os resultados alcançados em diferentes regiões brasileiras. Ele destacou que um norteador comum permite orientar o crescimento urbano e enfrentar problemas cotidianos — mobilidade, segurança, saúde e infraestrutura.
Região Metropolitana Trinacional
“O planejamento integrado em uma região trinacional exige que várias temáticas sejam trabalhadas de forma conjunta, sempre pensando no cidadão. Não há fórmula pronta; hoje foi o pontapé inicial para que as pessoas passem a se enxergar como cidadãos metropolitanos trinacionais”, afirmou.
O consultor também apresentou indicadores que demonstram que a região das Três Fronteiras possui desempenho social e econômico igual ou superior à média nacional. “Os números mostram a oportunidade que esta região tem para continuar se desenvolvendo de forma integrada e planejada, organizando investimentos e promovendo novas oportunidades”, concluiu.
Integração como motor de desenvolvimento
O governador César Landy ressaltou o encontro como um espaço de construção estratégica. “É um projeto de integração que chega em boa hora, e nos colocamos à disposição para ajudar. Não há caminho melhor que a união entre os setores público e privado”, afirmou, citando Alto Paraná, que reúne Ciudad del Este, Presidente Franco e Hernandarias.

À plenária, Paranhos reforçou os números positivos do turismo paranaense e os esforços para potencializar o setor, um dos principais vetores econômicos da região trinacional. “Temos um marco espetacular: três países — Argentina, Brasil e Paraguai — e um único destino”, disse. Ele defendeu que agentes públicos e comunidades planejem a partir de uma visão territorial compartilhada.
Uma região mais forte
O presidente da ACIFI, Danilo Vendruscolo, lembrou que o planejamento integrado está previsto nos acordos do Mercosul para fortalecer regiões de fronteira. “Reafirmamos que não somos cidades isoladas, mas uma metrópole trinacional. O plano integrado mostrará qual região queremos ter em 2050, e devemos trabalhar desde já. Trata-se de uma proposta da sociedade para ser elaborada com o poder público dos três países.”
Vendruscolo afirmou que sociedade, entidades e lideranças empresariais estão preparadas para avançar, mas que é essencial o engajamento dos gestores municipais. “Não podemos mais conviver em um único território sem interlocução entre os entes públicos, como já ocorre no setor privado e na sociedade civil organizada”, observou.
O presidente do Codetri, Roni Temp, reforçou que um modelo único de planejamento integrado pode aproximar as decisões nacionais das realidades fronteiriças. “Só modificamos a realidade trabalhando juntos. Hoje plantamos mais uma semente para termos uma região trinacional mais integrada”, destacou.
Planejamento e governança
Responsável pelo estudo Foz em Números e diretor da Ceppe do Brasil, Eduardo Fernandes apresentou indicadores que reforçam o potencial da região. “Em 15 anos, esta região ganhará mais de 300 mil habitantes — o equivalente a uma Cascavel inteira. Para aproveitar essa pujança, planejamento e governança precisam ser integrados, trinacionais, envolvendo poder público, iniciativa privada e sociedade civil”, defendeu.
(Com informações da assessoria)


