Priscila Ibrahim Bacha, 33 anos, tem uma história marcada por dramas. Nascida em São Paulo, ele se casou em Foz do Iguaçu, onde cresceu, e foi viver com o marido na Síria, até que em 2012 precisou sair do país às pressas, com dois filhos, para fugir dos bombardeios da guerra que se iniciava.
Treze anos depois, uma história semelhante se repete. O cunhado dela, Mohamad Basel Ibrahim, 43 anos, tenta deixar a Síria, há quatro meses, para viver em Foz do Iguaçu, mas não consegue.
O país passa por um período de instabilidade em razão de uma guerra civil causada por conflitos étnicos. Priscila e o marido, Mohamad Hekmat, 49 anos, dizem que Ibrahim fez o passaporte, foi ao Consulado do Brasil em Damasco, porém não obtém o visto para viajar ao Brasil.
Lá, segundo Priscila, o cunhado foi informado inicialmente de que não há concessão de visto humanitário para o Brasil. Com a negativa, ele tentou o visto de turista, contudo não foi possível em razão da alta demanda.
Posteriormente, a informação que recebeu é de que só está liberado o visto humanitário, entretanto o pedido, feito há mais de 120 dias, não avança. “A situação não está estável lá, ninguém sabe quando vai cair uma bomba”, preocupa-se Priscila.
Ela ainda conta que a comunicação com o consulado é complicada, porque todo o procedimento é feito online, e a comunicação é difícil.
A casa onde Ibrahim vivia, em Aleppo, foi bombardeada durante a guerra civil iniciada há 14 anos, durante o regime de Bashar al-Assad, e hoje ele vive de aluguel. Com a intensificação do conflito a partir de 2012, os pais Ibrahim conseguiram vir para Foz, todavia faleceram sem ver o filho chegar ao Brasil.
Priscila e o marido lembram que nem a premissa do reagrupamento familiar — medida legal para preservar o núcleo familiar para poder viver junto — serve para sensibilizar as autoridades.


