Correr como criança

Antes de ser um esporte de alto nível ou uma prática saudável, uma corrida é uma simples brincadeira de criança.

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H2FOZ – Alexandre Palmar
Fotos: Marcos Labanca

Antes de ser um esporte de alto nível ou uma prática saudável, uma corrida na rua é uma simples brincadeira de criança. É difícil passar a infância sem curtir uma boa temporada de pega-pega, corrida do saco ou do ovo. Mas clássica mesmo é vamos ver quem chega primeiro e o seu prêmio quem chegar por último é mulher do padre.

Brincadeira assim é comum no dia a dia do Cidade Nova, onde correr faz parte da vida. Talvez por isso a turma da Associação dos Corredores de Rua de Foz do Iguaçu decidiu promover na região a 1ª Corrida Infantil dos Bairros, em parceria com os amigos do Cidade Nova Informa. Os moradores abraçaram a causa naquele já saudoso 19 de julho de 2014.

Era um sábado de sol, num quase já inverno. Desde cedo estava tudo pronto para a largada. Números de peito, animação com recreadores profissionais, aquecimento para evitar distensões, além de muitas frutas para garantir energia para a prova. Tudo isso sem contar as medalhas e brindes para todos participantes –independentemente de classificação.

Aos poucos, as crianças foram aparecendo. Uma a uma, de cada esquina da quadra, algumas acanhadas diante do evento armado na Rua Eloi Armando Nedel, outras afoitas para mostrar ao mundo como voam baixo na pista de paralelepípedo. Uns pequeninos, com meio metro de perna, outros maiorezinhos já querendo “se mostrar” para as meninas.

A primeira tentativa de largada reuniu os mais de 30 corredores mirins. Tudo junto, misturado: meninos e meninas, tampinhas e varões. E veio o imprevisto. O caçula da turma foi atropelado pelos mais velhos. Não se machuca, não sangra, mas enquanto todos saem em disparada surge o choro inevitável. A dor por ter ficado de fora explode no peito.

Os adultos ficam perplexos: o que fazer? Para tudo. Ninguém pode ficar fora da brincadeira. Volta tudo.

— Está tudo bem com você?, pergunta o supervisor da prova ao pequeno corredor, de uns 8 anos.

— Você sabe quantas vezes eu já cai e levantei na vida?, retrucou o piá, engolindo o choro na hora.

(Tomaaaaaaaa……., enxerido).

Sem mais delongas. Depois do pequeno incidente, os participantes foram reagrupados conforme o tamanho das pernas para garantir a alegria de todos, sem maiores atropelos.

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