“A pessoa não pega covid por sorte”, ressalta superintendente do Foztrans
A situação do transporte coletivo em meio a uma pandemia já é delicada e, em Foz do Iguaçu, vem ganhando contornos ainda mais dramáticos devido a um impasse entre os trabalhadores e as empresas integrantes do Consórcio Sorriso, operador das linhas urbanas.
Assista à entrevista:
Em entrevista ao Marco Zero, produção conjunta do H2FOZ e da Rádio Clube FM, o superintendente do Foztrans, Licério Santos, explicou que o instituto tentou fazer a intermediação para que a população de Foz do Iguaçu fosse menos prejudicada, mas não teve êxito pois o consórcio não atendeu a nenhuma das reivindicações (a principal delas é a Convenção Coletiva, que não é renovada desde 2019).
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“Imagina uma pessoa que mora num determinado bairro e vem todos os dias naquele horário. Isso é uma aglomeração sistemática duas vezes por dia. Então, se a pessoa não pegar um covid, é por loteria, por sorte, e quem está fazendo isso é o Consórcio Sorriso”, declarou.
De acordo com o superintendente, nos últimos 30 dias foram feitas 60 fiscalizações com a aplicação de 13 multas. “Com relação ao covid-19, as multas chegam a R$ 212 mil, porém as multas contratuais [146] são leves e não doem no bolso da empresa”, destacou. É importante lembrar que o atual contrato tem vigência no município até 2025.
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Fiscalização: falta de efetivo e contratações do concurso público
Em relação à fiscalização, Licério relatou que a equipe atual é insuficiente e a ampliação esbarra na Lei Complementar Federal 173, que proíbe as contratações até 31 de dezembro e veda o aumento de despesas com pessoal no setor público. “A vontade seria fazer fiscalização diária. Entretanto não temos equipe suficiente para poder cumprir tudo isso. Quem notifica é o Procon e a Secretaria de Fazenda. A gente também depende da disponibilidade deles.”
Municipalização do transporte?
Durante a entrevista, o superintendente citou que o equilíbrio financeiro é um problema enfrentado por muitas cidades no Brasil. Por isso, o Foztrans conta com um grupo de trabalho multissetorial atuando na construção da proposta de um novo modelo de transporte. “Independente se for municipal ou concessionado, a nossa proposta está bem avançada, inclusive com novos modais de transporte, interligação entre ciclovias, hubs nos bairros para diminuir a quilometragem. Uma grande economia para o município e para o usuário na tentativa de reduzir custos e ter mais eficiência no transporte.”
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