O presente para os moradores de Foz

Foz é um cartão postal do mundo, mas precisa olhar e preservar outras riquezas locais

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Aida Franco de Lima – OPINIÃO

O aniversário de Foz do Iguaçu, comemorando 109 anos, no último dia 10 de junho, é uma data significativa e marcante. Diferentemente de muitas outras cidades brasileiras, em que os parentes e visitantes chegam e o morador não tem onde levá-los, em Foz é diferente. Foz é o destino do mundo!

Enquanto em outras milhares de cidades, principalmente as menores, o atrativo se restringe a um passeio na praça central e a uma lanchonete, Foz é simplesmente um cartão-postal para o planeta.

Foz encanta o mundo por suas águas espetaculares, sua floresta majestosa, suas aves de cores e cantos incríveis. Mas e quais são os presentes que uma cidade centenária deveria proporcionar aos moradores?

Será que os moradores de Foz realmente conseguem visitar os seus atrativos? Isso é muito comum de ocorrer em cidades turísticas quando, muitas vezes, os preços inacessíveis não atendem ao bolso dos habitantes. Porque, todos sabemos, os serviços em torno do turismo são caros.

E será que a cidade atende à demanda dos moradores nos quesitos relativos a saneamento básico, transporte coletivo, segurança, saúde e educação básica?

Outra questão importante é com relação aos aspectos relacionados ao meio ambiente. Com tanta riqueza natural concentrada no Parque Nacional de Foz do Iguaçu, será que os rios estão recebendo a atenção necessária? A galeria de água pluvial recebe só a água da chuva e a que sai das calçadas residenciais, como deve ser?

E em relação aos animais domesticados e silvestres, tem havido o olhar necessário? E o patrimônio histórico, material e cultural? Ele tem sido tombado, no sentido de preservar ou no aspecto de destruir mesmo?

Esses questionamentos são baseados na forma como vêm sendo tratados ao longo do tempo os refúgios naturais, a exemplo do Bosque dos Macacos, que só teve sua proteção ambiental formalizada depois de ter sofrido um grande estrago. E porque veículos de mídia como o H2Foz abriram espaço e a sociedade também se manifestou.

Agora, a briga mais recente é em torno da Praça das Aroeiras. Será que Foz merece esse presente de grego? Precisa mesmo abrir mão de uma riqueza para construir um imóvel, que poderia estar em outro local?

Uma cidade com 109 anos não deveria cogitar derrubar uma praça e jamais aceitar que uma escola ainda estivesse funcionando embaixo de uma arquibancada de estádio de futebol. Foz é grandiosa demais, portanto pode e deve possibilitar aos moradores a biodiversidade de ambos os espaços públicos.

Foz do Iguaçu precisa presentear seus moradores com ações cotidianas que proporcionem qualidade de vida a quem pode visitar as Cataratas e a quem deseje apenas ir à pracinha do bairro. Precisa olhar para o futuro, mas preservar o que tem de mais importante, suas raízes e memórias afetivas que homenageiam os pioneiros, tanto os humanos como a natureza, esta que chegou antes de todos.

Este texto é de responsabilidade do autor/da autora e não reflete necessariamente a opinião do H2FOZ.

Quer divulgar a sua opinião. Envie o seu artigo para o e-mail portal@h2foz.com.br

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6 Comentários
  1. Roman Diz

    Me desculpe por pensar diferente, mas reclamar por causa de uma escola infantil que será construída numa praça me parece muito mimimi. Soa até como um protesto contra a educação nesse país. Não vejo ninguém reclamando de uma Fartal em bairro residencial, ou dos vazios urbanos dessa cidade que poderiam ser transformados em parques e praças. Cada um pensa só no seu umbigo, infelizmente.

  2. Alessandra Diz

    Nestes últimos 50 anos, desde que esta praça foi devidamente criada e registrada, ela se transformou em um local de beleza única com suas mais de 100 árvores e vários pássaros, sendo cuidado pelos moradores locais há mais de 12 anos. E vários são os munícipes que ali vem passear com seus filhos e pets, não são apenas os moradores do entorno da praça. A prefeitura tem outras áreas, inclusive mais perto para atender a necessidade urgente da escola, que há anos funciona de maneira “provisória”. Novamente fica a questão porque a insistência da PMFI em destruir uma praça, que NÃO é uma reserva técnica, fica em ZR1, zona exclusivamente residencial (procurem saber o que isso significa), tem árvores protegidas (araucária, pau-brasil, ipês) que serão cortadas/suprimidas, e ainda…. pasmem … fizeram licitação ainda com uma ação correndo, assinaram uma ordem de serviço sem licença ambiental depois do pedido de tombamento. A PMFI que é gestora desta linda cidade deveria dar exemplo aos moradores e cumprir as leis.

  3. Jair Diz

    Tem um umbigo, dona de restaurante bem pertinho da praça, praça e não vazio urbano, que quer a todo custo destruí-la. Como ficou esclarecido que há terrenos próprios próximos para a importantíssima escola, e não há ninguém contra educação, mudou-se a narrativa, agora querem a escola na praça. Mudaram até o projeto licitado para ludibriar os menos esclarecidos. Por aí dirscursam para pessoas, até para padre e contam a parte da estória que interessa ao próprio “umbigão”. Não querem escola em reserva técnica, querem escola pertinho do umbigo. A escola é o que tem de mais sagrado e importante no nosso país. Quem sabe a próxima geração saiba melhor interpretar os umbigos e as diferenças entre praça e vazio urbano, escola e fartal.

  4. Maria Diz

    Se quiser presentear os moradores de Foz comece pelos bairros, tem muito coisa pra serem feita , por exemplo as pracinhas estão destruídas nossos idosos e crianças não tem onde sentar , brincar . Sem contar com o cheiro de xixi por falta de banheiros . Sabemos que idosos fazem xixi com mais frequência devido as medicações e por isso vão atrás das árvores postes , o cheiro é insuportável ,
    As academias e brinquedos vem sendo destruída por vândalos por não terem uma visão mais amplas das autoridades .
    A maioria das crianças dos bairros são de baixa renda e não tem onde se divertir. Visitam os pontos turísticos de Foz quando são levados pelas escolas …
    Nós (baixa renda) precisamos ter dinheiro pra transporte e ingressos para esses tipos de lazer , o que ganhamos mal da pra comer .
    Tudo o que queremos é uma visão melhor nos bairros , para vivermos com mais dignidade e igualdade , mesmo sem sairmos dos bairros se as autoridades olharem com mais amor e carinho pela população vão descobrir que muitas coisas poderão serem feitas para o bem de todos …
    .Foz é linda e acolhedora sim , mas arrumar a casa para que todos se sintam bem ! Ficará ainda melhor .

  5. Vanessa Diz

    Dando tanta importância a esse assunto, mas não vejo ninguém reclamando do projeto que está sendo feito no Vietnã da vila A. Inúmeras árvores vão ser removidas, o local vai ser totalmente descaracterizado, o investimento vai ser altíssimo, mas ninguém perguntou a opinião pública se é exatamente isso que se quer?! Ok, podem até dizer que o local oferece perigos e todos os mimimis, mas o novo projeto não tem a ver em nada com o que se espera de um parque (principalmente porque as pessoas gostam é da aventura, do passeio em meio a floresta densa em meio a cidade, gostam da emoção do Montain bike), mas vai ser construída, sabesse demorando quanto tempo pra ser entregue, com dinheiro público, por uma empresa que nem é da nossa região e não conhece em nada a nossa realidade, mas está tudo bem! Vamos reclamar do uso da praça! Cada um com suas prioridades!

  6. Carlos Diz

    Cidade bosta ! Galerinha inflamada! Todos caídos da mata .. ridículos !

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