Propinoduto: “comerciantes saem e entram do Paraguai pela ponte ou rio”, denuncia portal

Comerciantes que moram em Foz do Iguaçu e têm centros comerciais no Paraguai pagam até US$ 2 mil para atravessar fronteira.

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"Comerciantes de Ciudad del Este vão e vêm de Foz do Iguaçu, apesar de a fronteira estar fechada por causa do coronavírus", denuncia o site AhoraCDE, em matéria republicada pelo La Nación, de Assunção.

Segundo o site, a maioria tem seus negócios em Ciudad del Este, mas casa e família em Foz do Iguaçu. Pra ter essa facilidade, claro, é preciso pagar propina à fiscalização paraguaia.

O preço da travessia varia de R$ 600, para quem entra em Ciudad del Este pelo Rio Paraná, a R$ 2 mil,  para quem prefere a tranquilidade de passar pela Ponte da Amizade, no próprio carro.

Enquanto isso, há dezenas de paraguaios que esperam durante dias, em abrigo provisório na Ponte da Amizade, a autorização para poder voltar ao país.

Facilidade

O site cita o exemplo de um proprietário de uma loja de celulares, que pagou R$ 300 para o canoeiro e R$ 300 para os militares da Armada paraguaia. Isso é feito à noite, e normalmente entra um grupo de até dez pessoas por vez.

Outro empresário, dono de uma página na internet com venda de produtos importados, pagou R$ 2 mil para entrar no Paraguai pela Ponte da Amizade.

E não são os únicos, como conta (e dá os nomes) o site paraguaio. Um deles caiu na besteira de postar nas redes sociais o momento em que estava em plena ponte e, depois, já em outro endereço de Ciudad del Este.

Na cidade paraguaia, "eles se hospedam em hotéis de luxo" e, quando querem, pagam propina pra voltar a Foz do Iguaçu.

Há muito movimento nessa galeria, diz o site. "Deveria ser posta em quarentena".

A maioria desses comerciantes tem lojas na Galeria Jebai Center, que o site pede que seja fechada e posta em quarentena, para impedir o ingresso dos comerciantes e evitar a propagação do coronavírus.

No shopping, há muito movimento de pessoas, "apesar de que (as lojas) estão fechadas". Os seguranças do prédio disseram ao AhoraCDE que em várias lojas há gente trabalhando, "mas só entram com autorização".

O outro lado

O H2FOZ procurou as autoridades paraguaias envolvidas na fiscalização da Ponte da Amizade, mas as respostas foram vagas.

Inicialmente, a denúncia foi considerada mentirosa, e que nenhum dos empresários citados na matéria esteve no Paraguai. "Nenhuma pessoa entra sem ser verificada, controlada e sem autorização correspondente do Codena (Conselho de Defesa Nacional)."

Depois, a pessoa quis saber as fontes da denúncia, ao que informamos terem sido o site AhoraCDE e o jornal La Nación.

A autoridade paraguaia disse não estar autorizada a dar nenhuma declaração à opinião pública.

Leia a denúncia no original:

Comerciantes SALEN y ENTRAN al país por el PUENTE o el RÍO pagando COIMAS

 

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