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Em Foz do Iguaçu, um pedacinho da Venezuela

Mercadinho na Vila Borges em Foz vende produtos típicos da Venezuela e mantém tradição culinária de imigrantes

3 min de leitura
Em Foz do Iguaçu, um pedacinho da Venezuela
Tudo começou quando Meilin teve a ideia de vender a farinha branca e amarela Pan, ingrediente típico da culinária do seu país. Foto: Marcos Labanca
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Há farinha branca de milho, queijo de lida, diablitos e muito mais. É o sabor da Venezuela por todos os lados em um pedacinho da Vila Borges, em Foz do Iguaçu.  

Leia também: Venezuelanos e paraguaios lideram migração para o Paraná

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Trata-se do mercadinho Tus Harinas, uma venda de bairro que se tornou um ponto de encontro de muitos imigrantes latino-americanos.

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O simpático e curioso armazém é da venezuelana Meilin Ojeda. Com apenas 25 anos, ela decidiu ganhar a vida comercializando produtos típicos da Venezuela que não são encontrados nos supermercados locais.

Tudo começou quando Meilin teve a ideia de vender a farinha branca e amarela Pan, ingrediente típico da culinária do seu país.

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A farinha é usada para fazer a arepa, uma espécie de tapioca, iguaria que não pode faltar no café da manhã ou jantar de muitos venezuelanos e colombianos. A massa pode ser recheada com carne, frango ou queijo, ao gosto de quem come.

Há farinha branca de milho, queijo de lida, diablitos e muito mais. Foto: Marcos Labanca

Pensando na vontade que dá de saborear os pratos da terra natal, ela vendeu por dois anos os produtos em sistema de delivery com ajuda do marido.

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Depois, resolveu abrir as portas do mercadinho — que tem pelo menos 70 variedades de produtos e a bandeira da Venezuela como marca do ambiente. “Um dia estava em casa e chegaram várias pessoas procurando a farinha. É um produto típico, um símbolo para nós”, conta.

Variedade de sabores

O mercadinho é o primeiro com produtos venezuelanos em Foz. Além das farinhas, tem cerveja, refrigerante, chocolate, sucos, leite em pó, bolachas e aguardentes.

As mercadorias são diferenciadas. Um dos tipos de queijo é duro e salgado, diz Meilin. Outro, chamado telita, dá para desfiar.

O diablitos é um patê; maltin polar, um refrigerante também adorado pelos cubanos. Já o pirulin, um biscoito de canudo recheado com chocolate, é tão bom que já caiu no gosto dos brasileiros.  

O mercadinho Tus Harinas, uma venda de bairro que se tornou um ponto de encontro de muitos imigrantes latino-americanos. Foto: Marcos Labanca

Uma das clientes do estabelecimento é a cabeleireira Cláudia Espósito, 44 anos. Venezuela que está em Foz há seis anos, ela relata sentir falta dos produtos vendidos no seu país. “Os brasileiros comem pão todas as manhãs, e os venezuelanos comem arepa”, diz.

A vendinha também é frequentada por muitos paraguaios e argentinos. Os argentinos, segundo Meilin, costumam comprar os produtos e vender para os próprios venezuelanos que moram lá.

O mercadinho é o primeiro com produtos venezuelanos em Foz. Foto: Marcos Labana

Cidade dos imigrantes

De acordo com fontes como o Observatório das Migrações Internacionais (Obmigra), o 1.º Relatório Yglota de Nacionalidades e Etnias da Região Trinacional revela que Foz registrou, entre 2010 e 2022, a entrada de cerca de 15 mil imigrantes (14.574).

Esses imigrantes representam 95 nacionalidades. Os paraguaios lideram a lista, seguidos pelos venezuelanos. 

Paraguai — 7.254
Venezuela — 1.668
Argentina — 1.224
Líbano — 1.080
Colômbia — 720
Peru — 343
Haiti — 217
Síria — 214
Chile — 166
Bolívia — 165

Serviço:

Tus Harinas

Rua Júlio Delamare, 144.

Vila Borges

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    Denise Paro

    Denise Paro é jornalista pela UEL e doutoranda em Integração Contemporânea na América Latina. Atua há mais de duas décadas nas Três Fronteiras e tem experiência em reportagens especias. E-mail: deniseparo@h2foz.com.br

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