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História

Prédio histórico em Foz do Iguaçu pode abrigar museu Casa de Harry Schinke

Guardadora das memórias do pioneiro, família mantém objetos e materiais que têm 80 anos, além de acervo fotográfico, disponíveis para um equipamento público.

4 min de leitura
harry Schinke
A Casa Laly Schinke está sendo permutada por áreas públicas; projeto foi aprovado por unanimidade na Câmara de Vereadores – foto: Marcos Labanca/Arquivo H2FOZ


Um dos ícones da história da cidade e contemporâneo dos primeiros anos da constituição do município de Foz do Iguaçu, o pioneiro Harry Schinke (1902–1976) poderá finalmente ter sua contribuição preservada e valorizada pelo poder público. Hoje, a família é a guardadora de suas memórias, o que inclui objetos e materiais que têm 80 anos, além coleção fotográfica, sem exitir um equipamento público para reunir o acervo.

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A prefeitura encaminhou para a Câmara Municipal projeto que permuta por áreas públicos um dos imóveis de familiares, o prédio de feição colonial que fora construído na virada dos anos 1930–1940, na Rua Tiradentes, a poucos metros da Avenida JK. Esse procedimento está previsto na legislação, sendo a matéria aprovada pelos vereadores por unanimidade, em sessão extraordinária nessa quarta-feira, 10, já em duas votações.

O caminho ao museu ainda é longo. O imóvel deverá ser tombado pela lei municipal do patrimônio cultural – pedido tramita desde 2019 –, além de carecer de adequação na estrutura para abrigar o equipamento de memória. A reportagem apurou com familiares que eles pretendem repassar ao projeto o acervo de que dispõem, relacionado à vida e às atividades de Harry Schinke, que chegou a Foz do Iguaçu na década de 1920, vindo da Alemanha.

Conforme a gestão municipal, neste primeiro momento, a iniciativa envolve somente o prédio que foi da neta do pioneiro. O imóvel fica ao lado da área na qual viveu Harry Schinke, onde foi o primeiro laboratório de Foz do Iguaçu, a antiga Casa de Profilaxia, e também onde faleceu o cientista suiço radicado na fronteira Moisés Bertoni. Esse segundo bem segue sendo de propriedade da família.

“Inicialmente, a administração fará a desapropriação da Casa Laly Schinke, contemplando a estrutura localizada na frente do terreno, na Rua Tiradentes”, informou a prefeitura ao H2FOZ. “Mas a proposta prevê o inventariado de todo o espaço, conforme houver disponibilidade financeira ou nova permuta através de conversão de área.”

A assessoria da prefeitura reportou ainda que, conforme a Secretaria de Planejamento e Captação de Recursos, a área da antiga Casa da Profilaxia foi avaliada em R$ 4 milhões. O prazo para a aquisição desse patrimônio, considerado uma das primeiras edificações de Foz do Iguaçu, não foi mencionado pela gestao do município.

Enquanto a casa de memória não é efetivada, a área e os imóveis relacionados à vida e à obra de Harry Schinke refletem a falta de compromisso e o descaso do poder público municipal com o patrimônio cultural de Foz do Iguaçu. Recai à família arcar com a manutenção das edificações e bens, bem como preservar objetos e outros materiais de valor histórico para a cidade.

Memória e legado

O esforço da família de Harry Schinke para preservar a memória, articular presente e passado da cidade e transmitir para as novas gerações o legado do pioneiro inclui levar o memorialismo às redes sociais. São compartilhados conteúdos com lembranças, fatos marcantes, personagens de décadas passadas e outras memórias (acesse aqui).

Harry Schinke foi pioneiro em profilaxia, mantendo atividades terapêuticas contra doenças na comunidade, e também da fotografia. São seus inúmeros registros que retratam a aventura da marcha humana nesta geografia fronteiriça e dos seus antigos moradores. Foi o proprietário de um dos primeiros automóveis a circular nas rústicas vias da cidade, que teria sido obtido como presente por curar um paciente.

A pioneira Marieta Schinke, que faleceu em Foz do Iguaçu em 1984, contou em entrevista ao jornal Nosso Tempo, reproduzida no livro Foz do Iguaçu: Retratos, que o esposo veio trabalhar como profilático a pedido do médico Amilcar Pellón. E também foi artista. “Junto com o prefeito Jorge Schimmelpfeng formou um grupo de teatro”, revelou.

Sobre as fotos da cidade daquele momento histórico, dona Marieta elencou entre as mais representativas as que registraram o incêndio de uma igreja e os primeiros voos de aviões. “Porque antes só turistas tiravam fotografias, mas só das Cataratas e dos rios, ao passo que Harry foi o primeiro a registrar os aspectos da cidade e do povo”, resgatou.

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1 comentário em “Prédio histórico em Foz do Iguaçu pode abrigar museu Casa de Harry Schinke”

  1. Fernando Sodré

    Essa proposta de projeto de transformar esse local nesse museu. Foi um projeto de um aluno de arquitetura da Uniamerica

Os comentários estão encerrado.