O roubo de caminhões cresceu e quase causou o fechamento da fronteira do Brasil com o Paraguai, nos anos finais da década de oitenta. Os bens fruto do crime eram levados para o país vizinho. O jornal Nosso Tempo retratou o problema em 1988.
A colheita nos campos paraguaios fazia aumentar a demanda por veículos de carga. O efeito imediato, naqueles anos, era a elevação do número de roubos de caminhões nas cidades do lado de cá do Rio Paraná.
Caminhoneiros e transportadores ameaçaram barrar o escoamento da safra paraguaia pelas vias paranaenses, até reaver os bens. Uma comissão parlamentar, sob a presidência do deputado Paulino Delazari, entrou no caso.
Os caminhões roubados entravam no Paraguai por Foz do Iguaçu e outras cidades fronteiriças, mediante fiscalização da documentação “relaxada”, denunciou o parlamentar. Esse tipo de crime, emendou, estava sendo “institucionalizado”, expõe a reportagem a matéria do Nosso Tempo.
“Essas quadrilhas que operam no Paraguai estão baseadas em grandes fazendas e contam, além da conivência do regime paraguaio, com a participação de militares de altas patentes”, cita a carta de Delazari, em que pede providências às autoridades estaduais e federais do Brasil.
O clima de tensão quase desaguou em um conflito diplomático. O deputado enfatizou que empresas e profissionais que arcavam com os prejuízos estavam cansados de esperar respostas do poder público, sendo o bloqueio da fronteira uma solução proposta.
O movimento, reporta o jornal, “ganha corpo em todo o Estado e a determinação é bloquear o escoamento da safra paraguaia por território paranaense, enquanto não sejam devolvidos os caminhões”.
Leia a reportagem original na íntegra.
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*Texto produzido sem pesquisa adicional.