Na corrida pela “Operação Verão 2026”, cresce a confusão entre dietas, restrições e discursos conflitantes na área da nutrição. Afinal, até que ponto essa busca pelo corpo ideal tem custo para a saúde?
A temporada de calor ainda nem começou, mas a chamada “Operação Verão 2026” inicia com academias lotadas, promessas de corpo perfeito e uma enxurrada de novas dietas surgindo a cada semana. Low carb, cetogênica, jejum intermitente, detox… São tantas opções — e tantas opiniões — que o público parece cada vez mais confuso.
Assista o novo episódio:
Foi dessa inquietação que nasceu esta reportagem. Diante de tantas vozes da nutrição que se contradizem — inclusive entre profissionais renomados —, decidimos perguntar: onde fica a saúde nessa história? Até que ponto o desejo de emagrecer rápido não está levando as pessoas a práticas que comprometem o bem-estar físico e mental?
A empresária do ramo alimentar Adriana Santos resume o sentimento de muitos: “Está na hora dos nutricionistas chegarem a um consenso, porque nós, enquanto pacientes ou simplesmente pessoas que se alimentam todos os dias, estamos muito confusos.”
A fala da Adriana reflete um dilema real: a cada nova tendência nutricional, milhares de pessoas mudam hábitos, cortam grupos alimentares inteiros e seguem dietas que prometem resultados rápidos — mas que, segundo especialistas, podem custar caro à saúde.

A nutricionista Paula Gabriela alerta para o risco das dietas altamente restritivas: “O problema dessas dietas é abrir mão, muitas vezes, de um grupo de nutrientes essenciais para a saúde daquela pessoa. Muita gente pode até conseguir o tão sonhado corpo magro, mas a que custo?”
Para ela, é fundamental resgatar o verdadeiro sentido da alimentação. “Quando a gente fala de dieta restritiva, vale lembrar do significado dos nomes. Dieta vem do grego e significa ‘estilo de vida’. Já ‘regime’ tem relação com exército, militarismo. Quando a gente atrela regime à nutrição, a gente imprime na alimentação sentimentos que não são interessantes para a saúde mental — como culpa, raiva e remorso.”

No fim das contas, a confusão entre dietas, restrições e modismos alimentares pode estar afastando as pessoas do mais importante: o equilíbrio. Mais do que seguir uma tendência, talvez seja hora de cada um aprender a ouvir o próprio corpo — com consciência, moderação e bom senso.
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