
Durante prestação de contas na Câmara de Vereadores, a prefeitura afirmou gastar na saúde de Foz do Iguaçu 33% dos recursos próprios, cerca de R$ 1 a cada R$ 3. Nos primeiros quatro meses, foram destinados ao setor R$ 190 milhões, sendo 68% dos cofres do município.
Os dados são do Relatório Detalhado do 1.º Quadrimestre de 2025, da Secretaria Municipal da Saúde. Foi a primeira de três exposições anuais obrigatórias que a gestão municipal deve fazer aos legisladores.
Apesar da importância do tema, porém, somente seis dos 15 vereadores participaram da audiência: Paulo Debrito (PL), Dr. Ranieri (Republicanos), Marcia Bachixte (MDB), Bosco Foz (PL), Evandro Ferreira (PSD) e Adnan El Sayed (PSD).
A prefeitura reportou que os 33% à saúde representam mais do que o dobro dos 15% exigidos pela Constituição Federal. Esse volume de recursos, prosseguiu, custeia a manutenção de serviços essenciais, reestruturação de fluxos de atendimento e avanço em consultas e exames.
“Em um cenário nacional de escassez, conseguimos aplicar os recursos com foco em prioridades sanitárias para resultados concretos”, disse o secretário de Saúde, Fábio de Melo. Conforme a gestão, estão sendo enfrentados “gargalos históricos” do sistema público.
Saúde em Foz
As equipes de Estratégia de Saúde da Família cobrem 100% do município, envolvendo 95 médicos na atenção primária à saúde. “No entanto, o município ainda não possui profissionais em escala para cobrir férias e atestados”, expôs a gestão.
A saída, pontuou o governo na Câmara, foi pedir ao Ministério da Saúde 25 profissionais por meio do programa Mais Médicos. E o concurso público na área está em fase de organização, sem citar prazos ou número de vagas.
Números de atendimentos
Reproduzindo padrões de gestão anteriores na prestação de contas da saúde, foram elencados números de atendimento como sendo “avanço”. Os dados da prefeitura levados aos vereadores são:
- UPA João Samek (Jardim das Palmeiras): 41.657 atendimentos entre janeiro e abril;
- UPA Walter Cavalcante Barbosa (Morumbi): 32.988;
- Hospital Municipal: 3.214 cirurgias (803/mês), sendo 1.285 (321/mês) delas eletivas.
Outros dados
O relatório cita que, ao todo, houve mais de 487 mil atendimentos na atenção primária, 2.866 cirurgias realizadas e mais de 21 mil exames por imagem feitos nos quatro primeiros meses do ano. Foram divulgados, também, indicadores da saúde materno-infantil e da dengue. De acordo com a prefeitura:
- mortalidade infantil: passou de 7,58 para 6,9 por mil nascidos vivos, abaixo da média nacional e da meta pactuada pelo município;
- mortalidade materna: zerada no quadrimestre;
- dengue: 4.321 registros em 2025 contra 15.747 no mesmo período do ano anterior – uma das estratégias adotadas no município, em parceria com o governo federal e o estado, o Método Wolbachia será ampliado para 100% do município neste ano