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PMs denunciados pela morte de Ismael Flores vão a júri popular

Mãe do jovem de 19 anos pede justiça: “Que nenhuma outra mãe sofra essa dor.”

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PMs denunciados pela morte de Ismael Flores vão a júri popular
Familiares e amigos de Ismael Flores em um dos protestos por justiça - foto: Marcos Labanca/H2FOZ arquivo


Dois policiais militares acusados pela morte do jovem Ismael Flores, de 19 anos, durante operação policial em Foz do Iguaçu, irão a júri popular por homicídio qualificado. Ele voltava para casa, no Porto Meira.

A decisão é da juíza da 3.ª Vara Criminal iguaçuense, Cláudia Sestaroli, com base em denúncia apresentada pelo Ministério Público do Paraná (MPPR).

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O rapaz foi atingido por seis disparos de arma de fogo quando passava pelo local de uma ocorrência de roubo. Estava sozinho, desarmado e não tinha relação com o caso.

Os policiais militares, sargento Daniel Gasparini Barcellos e soldado Emerson José Gonçalves, responderão por homicídio qualificado pelo uso de recurso que dificultou a defesa da vítima. O jovem foi atingido pelas costas e não possuía antecedentes criminais.

Ismael foi morto em 27 de abril de 2023, quando voltava da casa da mãe, com seis disparos, após cruzar com os policiais, que perseguiam dois suspeitos de um assalto.

Conforme advogados da família, a mãe da vítima, Clair Alves, recebeu a notícia emocionada e disse que acredita na punição. “Meu filho não era bandido, era um jovem com sonhos. Luto para que sua memória seja respeitada e nenhuma outra mãe sofra essa dor.”

Familiares e amigos fizeram duas manifestações públicas pedindo justiça, uma na frente do 14.º Batalhão de Polícia Militar e outra na frente de um shopping, onde o jovem trabalhava. Nessa segunda vez, o pedido era por júri popular.

Na época, imagens de câmeras de segurança rapidamente foram veiculadas pela imprensa e redes sociais digitais apontando que Ismael Flores nada tinha a ver com a operação da PM na região, nem estava armado. Ele faleceu a poucos metros de sua casa.

Em depoimentos, os acusados afirmaram que, no momento da operação, a visibilidade na rua estava baixa. Já o MPPR sustentou que as ações de Ismael não representaram ameaça que justificasse os tiros e que os elementos reunidos afastam tese de legítima defesa.

Os dois policiais seguem respondendo ao processo em liberdade. Não foi definida a data do júri. Ainda cabe recurso.

Ouça o áudio da promotoria:

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    Paulo Bogler

    Paulo Bogler é repórter do H2FOZ. Com enfoque em pautas comunitárias, atua na cobertura de temas relacionados à cidade, política, cidadania, desenvolvimento e cultura local. Tem interesse em promover histórias, vozes e o cotidiano da população. E-mail: bogler@h2foz.com.br.