Roubo quase simultâneo: um avião é levado de Foz e outro do Paraguai

Em Foz, o roubo foi feito por oito homens armados, na madrugada de domingo, 17. No Paraguai, foi no domingo de manhã.

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Em Foz, o roubo foi feito por oito homens armados, na madrugada de domingo, 17. No Paraguai, foi no domingo de manhã.

Cláudio Dalla Benetta e Paulo Bogler

Sabe o que pode ligar o caso de um avião roubado de um hangar de Foz do Iguaçu a outro levado de um hangar paraguaio em Loma Plata, a mais de 600 km de distância? Um ticket de restaurante aqui de Foz.

Vamos aos detalhes de cada roubo.

Na madrugada de domingo, 17, um grupo de oito criminosos armados com fuzis entrou no hangar do aeroporto particular Táxi Aéreo Hércules, no bairro Porto Belo, região norte de Foz.

Depois de fazer a família do caseiro refém, alguns dos bandidos fugiram em dos dois aviões que pretendiam levar: o Cessna 207 PT-DKW, com capacidade para seis pessoas, que era utilizado pela FlyFoz Paraquedismo.

Antes, obrigaram o guardião a encher o tanque do avião. Mas, depois de fazer isso, o guardião fugiu para uma área de mata e os bandidos desistiram do roubo do segundo avião. Ao invés disso, tentaram escapar num veículo, mas, como a estrada rural não tinha saída, abandonaram o carro e foram embora a pé, pela mata.

Na fuga, a quadrilha deixou dois veículos usados no roubo, além de bombas caseiras espalhadas no caminho até o hangar, que foram desativadas ou levadas para a perícia, pelo esquadrão antibombas da Política Militar, de Curitiba.

EM LOMA PLATA

O avião, também um Cessa com capacidade semelhante ao levado de Foz, roubado em Loma Plata.

Provavelmente não por coincidência, por volta das 10h de domingo um jovem denunciou à polícia paraguaia o roubo de seu avião, que estava num hangar em Loma Plata, município localizado no Chaco Paraguaio, próximo à fronteira com o Brasil e a Bolívia.

O roubo teria ocorrido por volta das 6h de domingo, quando o proprietário, Giovanni René Harder Klassen, foi alertado por um vizinho, que lhe perguntou se havia utilizado a pista de decolagem naquele horário, como noticiou o jornal La Nación.

Quando chegou no hangar, que fica a 15 km da área urbana de Loma Plata, onde mora, Giovanni viu que o cadeado do portão fora arrebentado e o avião não estava mais ali.

Além do avião, Giovanni contou que foram levados seis galões de 20 litros de capacidade cada um, com gasolina de aviação.

Ele suspeita que os ladrões são traficantes da região e que o destino do avião seria a Bolívia.

O promotor que acompanha o caso, Héctor Velázquez, disse que estes casos não são frequentes na região. E contou que o pessoal de Criminalística encontrou no hangar seis cartuchos usados de escopeta e um ticket de um restaurante de Foz do Iguaçu.

PCC?

Segundo o jornal La Clave, de Ciudad del Este, as polícias brasileira e paraguaia suspeitam que os dois roubos foram feitos pelo Primeiro Comando da Capital, organização criminosa enraizada nos dois países. A intenção seria usar as aeronaves para um resgate de presos.

Mas há outra hipótese: os aviões seriam usados para o tráfico de drogas, que tanto pode ser a cocaína boliviana (pelo roubo em Loma Plata) ou mesmo a maconha produzida no Paraguai, que agora está em sua terceira safra anual.

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