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Sustentabilidade

“Não adianta ir à igreja e matar o gato”

Não há como naturalizar a maldade aos animais, no trajeto à igreja.

3 min de leitura
“Não adianta ir à igreja e matar o gato”
As mensagens sobre o bom convívio em sociedade deve estender aos animais. Foto: Aida Franco de Lima

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Aida Franco de Lima – OPINIÃO

Você já deve ter visto esta frase por aí: “Não adianta ir à missa e matar o gato.” Significa basicamente que precisamos ter respeito com a vida — todas elas.

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Há inúmeros exemplos de padres que aproveitam sua liderança para ajudar a proteger os animais. Mostram, na verdade, o que é a prática do Evangelho. Mas vez por outra escuto alguns deles dizendo que é pecado tratar animais como filhos. Essa fala me lembra de como é importante valorizarmos a bondade em detrimento de julgá-la.

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Em um mundo tão violento, qual é o problema de uma pessoa dedicar sua atenção e cuidados aos animais, se ela o faz com seu tempo, com seu dinheiro?

Os animais estão presentes em nossa vida cotidiana, sempre para servir-nos. Seja como alimento, vestimenta, proteção. E quando eles recebem atenção, acabam virando alvo de críticas.

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Claro que questões de humanização dos animais é outro estágio, mas ainda assim, entre vesti-los e dar a eles status de pessoas, será melhor então tratá-los como objetos e imputar a eles toda a sorte de crueldade do mundo? Será que é isso mesmo que o Evangelho prega?

Também é bastante comum que o “tribunal do júri” da internet, em que todos julgam, porém poucos dão as caras, costume dizer que, antes de adotar um animal, dever-se-ia adotar uma criança.

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Contudo não tem como comparar a complexidade de responsabilizar-se por uma vida humana, que já traz consigo a carga da dor do abandono. E nem todas as pessoas estão preparadas para adotar, nem mesmo animal, quem dirá criança.

O fato é que tratar animais com dignidade é um grande incômodo, e incomoda normalmente quem não se importa com animais nem com humanos. Importa-se tão-somente em julgar.

Dizem que a palavra convence, mas o exemplo arrasta. Que o diga Padre João Paulo Araújo, de Caruauru (PE). Apaixonado por animais, usa sua influência para ao final da missa incentivar que os fiéis adotem um bichinho, além de auxiliar voluntários e tutores que precisam de ajuda.

Minha mãe sempre comenta que nas missas transmitidas pela televisão aparecem pessoas com seus animais. Para uns, isso é o final dos tempos, para mim é o início. Um bom sinal, afinal quem se dedica aos animais, sendo religioso ou ateu, está colocando em prática o que São Francisco ensinou: “Se você tem homens que excluem qualquer das criaturas de Deus do abrigo da compaixão e da piedade, você terá homens que farão o mesmo com seus semelhantes.”

Este texto é de responsabilidade do autor/da autora e não reflete necessariamente a opinião do H2FOZ.

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    Aida Franco de Lima

    Aida Franco de Lima é jornalista, professora e escritora. Dra. em Comunicação e Semiótica, especialista em Meio Ambiente.

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