Agora sai? Gaúchos pressionam por acesso terrestre de argentinos e uruguaios

Os gaúchos sempre tiveram força política ímpar, na política do Brasil. Não deve ser diferente agora, o que pode mudar a história.

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Os gaúchos sempre tiveram força política ímpar, na política do Brasil. Não deve ser diferente agora, o que pode mudar a história.

Os argentinos continuam chegando às praias de Santa Catarina. Mas apenas via Paraguai, o que gera algumas queixas quanto ao trânsito confuso e à possibilidade de “coimas” por qualquer motivo.

Mas é o único jeito, por enquanto, de entrar por terra no Brasil.

Até agora, permanece em vigor a portaria interministerial nº 660, publicada para modificar a anterior (558, de outubro deste ano) apenas para proibir a entrada de voos no Brasil procedentes da África do Sul, Botsuana, Essuatíni, Lesoto, Namíbia e o Zimbábue, conforme recomendação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária – Anvisa, devido ao surgimento da variante ômicron no mundo.

A Anvisa não recomendou alteração na questão do acesso por rodovia de estrangeiros e, com isso, argentinos e uruguaios não podem entrar no Brasil, embora os dois países já tenham aberto as respectivas fronteiras para os brasileiros.

Os uruguaios não têm como chegar às praias brasileiras por terra, mas os argentinos, pela mesma portaria nº 660, têm a opção de vir via Paraguai, país para o qual não há qualquer restrição de ingresso de estrangeiros no Brasil.

Foto feita pelo argentino Diego Rabalo no domingo (5), em Florianópolis, publicada na página “A Brasil en Auto!!!”, no Facebook.

VOZES DO SUL

Até agora, os pedidos do governo catarinense e até do senador bolsonarista Jorginho de Mello (PL-SC), líder do governo no Congresso e no Senado, caíram em ouvidos moucos.

Mas, nesta segunda-feira, 6, outra voz se levantou: a dos políticos do Rio Grande do Sul. Os gaúchos, em reunião virtual com os ministros do Trabalho, Onyx Lorenzoni (também gaúcho) e Ciro Nogueira, da Casa Civil, pediram a revisão da portaria nº 660, para que argentinos e uruguaios possam atravessar as fronteiras por via terrestre.

Existe a possibilidade de a Anvisa não recomendar essa liberação, devido à confirmação de um caso da variante ômicron do coronavírus também na Argentina (no Brasil, são seis casos), e também porque o governo brasileiro não aceita instituir o “passaporte sanitário” para ingresso no País (que seria a confirmação de imunização completa pelo visitante), o que a Anvisa já informou ser necessário.

Mas os gaúchos são brigões e têm força política. No mínimo, vão conseguir a atenção dos ministros que, por sua vez, vão acionar a Anvisa. E alguma decisão deve sair nos próximos dias.

TURISMO

Enquanto isso, quem perde é o turismo do Litoral. O setor turístico é responsável por 12% do Produto Interno Bruto (PIB) de Santa Catarina, por exemplo. Perde também Foz, um dos principais pontos de acesso às praias catarinenses. Aqui, normalmente, os argentinos aproveitam para visitar as Cataratas e outros atrativos, movimentando restaurantes e até hotéis.

No caso de Santa Catarina, de acordo com o governo do Estado, há cerca de 100 mil empresas vinculadas ao setor turístico, que geram milhares de empregos diretos e indiretos. A presença de visitantes de outros estados e dos países vizinhos é importante para a manutenção do emprego e renda dessas pessoas.

SOBRE A FOTO

A fotografia que abre esta matéria (e também está aqui em cima) foi publicada por Sandra Fernandez na página “A Brasil en Auto!!!” do Facebook, que reúne quase 39 mil integrantes.

Sandra contou que a foto foi feita na praia de Palmas, em Governador Celso Ramos (SC), onde estão o filho dela e alguns amigos.

O grupo saiu de Resistencia, capital da província do Chaco, na sexta-feira, dia 3, e viajou cerca de 340 km até Posadas, de onde os amigos entraram no Paraguai, por Encarnación. Vieram então até Ciudad del Este, passaram a noite em Foz do Iguaçu, continuando a viagem no sábado. Estavam em Palmas por volta das 21h. “Felizes!”, conclui Sandra.

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