O deputado liberal Ricardo López Murphy apresentou, no Congresso Nacional da Argentina, proposta de criação de uma moeda para o país. A divisa teria o nome de argentum e valeria o equivalente a atuais P$ 1 mil (mil pesos argentinos).
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Em seu projeto de lei, o parlamentar, filiado ao minoritário partido Republicanos Unidos, argumenta que a medida simplificaria a vida da população.
Na prática, a proposta tem similaridade com a troca do peso argentino pelo austral, moeda que durou apenas entre 1985 e 1991. Na ocasião, A$ 1 (um austral) valia mil unidades da moeda argentina de então, o que significou um corte de três zeros.
Como as medidas de combate à inflação fracassaram, porém, o próprio austral sofreu a mesma medida. Em janeiro de 1992, quando o peso argentino voltou, P$ 1 (um peso) substituiu A$ 10 mil (dez mil austrais), um corte de quatro zeros.
De acordo com a proposta do deputado Murphy, o argentum entraria em vigor em janeiro de 2026. Assim, por um período de seis meses, a Argentina conviviria com duas moedas: argentum e peso. De julho de 2026 em diante, somente a nova teria valor.
Em declarações dadas à imprensa de Buenos Aires, o parlamentar explicou que a nova moeda não representaria um giro radical, mas uma simplificação.
“Não é uma reforma econômica, é uma ferramenta que busca simplificar a contabilidade, os preços e as operações comerciais. Com isso, eliminaríamos as cifras milionárias que hoje dificultam a gestão pública e privada na Argentina”, apontou.
Inflação e corte de zeros
Brasil e Argentina compartilharam, nas décadas de 1980 e 1990, histórico de hiperinflação, cortes de zeros e trocas de moedas.
Do lado de cá, a estabilidade veio com o Plano Real, implantado em 1994. A Argentina, contudo, voltou a enfrentar crises de grandes proporções no início dos anos 2000 e nas décadas de 2010 e 2020.
A proposta de criação da outra moeda ainda está na etapa de estudos, devendo passar pelas comissões do Congresso. Não há, pelo menos por enquanto, previsão de data para votação.