Argentina quer o fim da gratuidade para estrangeiros na saúde pública

Turistas que precisarem de atendimento poderão ser obrigados a pagar; governo também propõe mensalidades nas universidades.

O porta-voz da Presidência da Argentina, Manuel Adorni, comunicou, nessa terça-feira (3), que o governo do presidente Javier Milei impulsionará uma reforma na legislação migratória do país, endurecendo as atuais regras.

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Conforme Adorni, será enviado um projeto de lei ao Congresso autorizando medidas como a cobrança a viajantes estrangeiros no sistema de saúde pública e a implementação de mensalidades a estudantes internacionais nas universidades.

“Em primeiro lugar, vamos dispor que as universidades nacionais possam cobrar taxas e mensalidades a estudantes estrangeiros sem residência permanente no país. Essa será uma fonte de receitas para as instituições”, afirmou.

Segundo o porta-voz, “um em cada três estudantes de medicina é estrangeiro”. A alegação, contudo, não procede. De acordo com a Agência EFE, os percentuais são de 22,5% de estrangeiros nos cursos de Medicina e 4,5% no total de universitários da rede pública.

Já o jornal La Nación indica que o anúncio de Adorni pode ser apenas uma cortina de fumaça, tendo em vista que as universidades públicas da Argentina têm autonomia para decidir sobre as regras para a aceitação e a permanência de alunos.

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Argentina como destino de saúde

“Em segundo lugar, vamos dispor o fim da gratuidade no atendimento médico para estrangeiros”, continuou o porta-voz. “Desde que uma medida similar foi implantada em Salta, houve uma economia significativa. Os famosos tours sanitários acabaram.”

A citação de Adorni aos “tours sanitários” faz referência a uma situação verificada nas províncias de fronteira com Paraguai, Bolívia e Chile, onde residentes dos países vizinhos viajam para a Argentina em busca de tratamento na rede pública.

Tal como no caso das universidades, o La Nación aponta que a medida, mesmo se aprovada pelo Congresso, poderá ter alcance limitado, uma vez que a maior parte da rede é administrada pelas províncias, que poderão optar por não seguir o modelo nacional.

Preocupação com segurança pública

A reforma das leis migratórias na Argentina também incluirá, em seu texto, um aumento nos requisitos para a obtenção de residência no país e um endurecimento nas regras, incluindo vários tipos de crimes e infrações como causas para expulsão do país.

“O fato é que, de agora em diante, os malandros e oportunistas deverão ficar em suas casas, do outro lado da fronteira, e não vir para a Argentina fazer danos aos cidadãos que residem no território nacional”, sentenciou.

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3 Comentários
  1. antonio marcos Diz

    concordo plenamente com o governo argentino que esta preocupado em garantir primeiro o atendimento e as garantias de saúde ao seu cidadão .já o nosso abre as porteiras desse pais pra usa nosso sistema sem nenhuma compensação por isso .

  2. João Marcos Freire Diz

    Gostaria de saber como ficariam os argentinos de perto iguazu e demais cidades da fronteira com o Brasil, se o governo brasileiro adotasse a mesma lei ? Aqui em fiz do Iguaçu cerca de 20% dos atendimentos na rede de saúde é feita a argentinos e paraguaios que buscam tratamento no Brasil.

  3. Ale Diz

    O Brasil também deveria agir assim – está cheio de pessoas que não pagam impostos por aqui (inclusive brasileiros residentes nos países vizinhos) utilizando nosso sistema de saúde, que mesmo não sendo maravilhoso, é gratuito. Muito fácil né…

Comentários estão fechados.