Parlamentares de oposição confirmaram, no fim de semana, que pedirão o impeachment do presidente da Argentina, Javier Milei. Na sexta-feira (14), Milei promoveu, nas redes sociais, uma criptomoeda cujo valor disparou e depois “virou pó” em poucas horas.
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Um dos pedidos tem a chancela do bloco União pela Pátria, que reúne deputados e senadores peronistas. Parlamentares de outras correntes, contudo, também manifestaram apoio à proposta ou a requerimentos similares.
Em paralelo, o próprio governo da Argentina, por meio do Escritório Anticorrupção, abriu “investigação urgente” em relação à conduta do presidente.
Na sexta-feira, Milei publicou, em seu perfil na rede social X, mensagem com um link para uma iniciativa privada chamada Viva La Libertad Project.
Ancorado na criptomoeda $LIBRA, o projeto teria como objetivo, conforme o presidente, “incentivar o crescimento da economia argentina, financiando pequenas empresas e empreendimentos argentinos”.
De acordo com o jornal La Nación, após o compartilhamento de Milei, o valor disparou de centavos para US$ 4.978 a unidade. Os donos originais, então, teriam começado a vender suas criptomoedas. Quando a bolha estourou, o valor recuou mais de 90%.
Repercussão negativa na Argentina
Criticado, Milei afirmou que compartilhou a postagem sem ter todas as informações. “Eu não estava ciente dos detalhes do projeto e, depois que tomei conhecimento, decidi não continuar difundindo-o”, justificou o presidente, que apagou as mensagens.
Entretanto, Martín Lousteau, senador da União Cívica Radical, partido de oposição moderada na Argentina, recordou episódio anterior de Milei com criptomoedas.
Em 2021, quando ocupava o posto de deputado, o atual presidente promoveu uma plataforma de criptoativos. A iniciativa oferecia lucros de 8% ao mês, em dólares, e está sendo investigada, pela Justiça argentina, por suspeita de pirâmide financeira.
Além de presidente, Javier Milei é economista e seus conselhos são levados a sério por uma multidão de seguidores. Consequências políticas à parte, o episódio tem potencial para arranhar a credibilidade dele com um de seus públicos mais fiéis.
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