Procura por gasolina argentina provoca escassez e filas quilométricas

Em Puerto Iguazú, na quarta-feira, a fila para abastecer chegava a 800 metros. Só no posto da YPF havia 400 carros.

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Em Puerto Iguazú, na quarta-feira, a fila para abastecer chegava a 800 metros. Só no posto da YPF havia 400 carros.

Puerto Iguazú e Bernardo de Irigoyen, municípios argentinos que fazem fronteira com o Brasil, vivem uma situação semelhante: longas filas nos postos de gasolina. Em Puerto Iguazú, as filas são formadas principalmente por brasileiros e paraguaios, em busca de gasolina pela metade do preço.

Em Posadas, a procura de paraguaios pela gasolina argentina também é grande, mas como a cidade tem mais postos de várias petroleiras, não há crise no abastecimento. Há filas apenas nos postos mais próximos da fronteira paraguia.

O portal El Territorio noticiou que em Puerto Iguazú a fila de carros nos postos, ontem, quarta-feira, chegava a 800 metros, formada principalmente por brasileiros e paraguaios. A espera até abastecer podia chegar a seis horas.

O site Actualizate Iguazu noticiou que, ao meio-dia de quarta, só no posto da YPF havia uma fila de mais de 400 veículos esperando para abastecer.

E quem espera tanto tempo ainda corre o risco de chegar na bomba e não ter mais gasolina, como tem acontecido.

Uma brasileira que estava saindo de um posto contou ao El Territorio que ela e suas duas filhas chegaram em Puerto Iguazú, cada uma em seu carro, por volta das 3 horas da madrugada.

As duas filhas conseguiram encher o tanque, mas quando chegou a vez dela, só conseguiu abastecer com 20 litros, porque acabou o combustível. Mesmo com toda a longa espera, a iguaçuense disse que o sacrifício vale a pena. “É um sacrifício, mas economizo bastante dinheiro para comprar outras coisas.”

Além da venda nos postos, a gasolina é comercializada ilegalmente em galões, nos bairros de Puerto Iguazú, por um preço mais alto (de 170 para 220 pesos).

Galões também são transportados para vender em Foz e na cidade paraguaia de Encarnación, fronteira com Posadas.

El Territorio lembra que a Prefeitura de Puerto Iguazú havia determinado uma quota de 15 litros para abastecer veículos estrangeiros, mas “brasileiros e paraguaios enchem o tanque e vão embora sem nenhum tipo de problemas”.

Na segunda-feira, 13, faltou gasolina nos postos de Puerto Iguazú, que receberam o combustível por volta do meio-dia de terça-feira.

Bernardo de Irigoyen, fronteira seca com Dionísio Cerqueira (SC) e Barracão (PR), vive situação semelhante: longas filas e falta de combustível, devido à demanda. Lá vigora a quota de 15 litros para veículos estrangeiros, mas ainda assim costuma ocorrer falta de gasolina nos quatro postos da cidade.

PREÇO CONGELADO

De acordo com El Territorio, a Confederação de Entidades de Comércio de Hidrocarbonetos e Afins da República Argentina informou que a situação de crise no abastecimento vai persistir no curto prazo. A entidade atribui o incremento nas vendas à abertura de fronteiras e à quota imposta pelas petroleiras do país.

As petroleiras consideram que o valor atual dos combustíveis gera prejuízos, ante o congelamento dos preços imposto pelo governo, em vigor desde maio deste ano.

O governo impõe também uma quota de exportação do petróleo argentino, para não faltar no mercado interno. A exportação seria vantajosa para as petroleiras, já que o preço internacional do petróleo está hoje em US$ 67,44 o barril, conforme noticia o site Poder360, enquanto internamente, na Argentina, as empresas produtoras recebem em torno de US$ 50.

Em Posadas, como há mais postos de combustíveis, não há falta de gasolina, como ocorre nas outras cidades de fronteira. Mas um empresário do setor, Paolo Verino, disse a El Territorio que os postos estão recebendo menos combustíveis e que a situação de escassez pode se agravar até o final deste mês.

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