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Carta ao leitor

Integração fronteiriça

Foz do Iguaçu e a metrópole trinacional de fronteira

Vistas do alto, Foz do Iguaçu, Ciudad del Este, Hernandarias, Presidente Franco, Minga Guazú e Puerto Iguazú formam um único conglomerado urbano.

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Foz do Iguaçu e a metrópole trinacional de fronteira
Foz do Iguaçu, Ciudad del Este, Hernandarias, Presidente Franco, Minga Guazú e Puerto Iguazú vistas do alto. Imagem: Google Maps

Foz do Iguaçu no Brasil. Ciudad del Este, Hernandarias, Presidente Franco e Minga Guazú no Paraguai. Puerto Iguazú na Argentina. Seis cidades, distribuídas por três países, divididos/unidos por dois rios (Paraná e Iguaçu).

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Vistas do alto, as urbes fronteiriças formam um único conglomerado urbano, com população de cerca de um milhão de habitantes.

Brasileiros vivem, estudam e trabalham no Paraguai, paraguaios e argentinos contribuem com Foz do Iguaçu, brasileiros e paraguaios marcam presença na Argentina.

Ademais, há quase uma centena de nacionalidades representadas na população residente na região. Sem falar nos turistas e nos viajantes, que passam de algumas horas a vários dias entre nós.

Ao circular pelas ruas de Foz do Iguaçu, por exemplo, repare na grande quantidade de carros com placas do Paraguai e da Argentina. Nos supermercados, atente-se à variedade de sotaques e de idiomas dos clientes e dos trabalhadores.

Cruzando a Ponte da Amizade, em Ciudad del Este e municípios vizinhos, a presença dos brasileiros há muito deixou de estar restrita ao circuito comercial.

Atualmente, nos bairros de Ciudad del Este e Foz do Iguaçu, a demanda gerada por estudantes oriundos do Brasil impulsiona negócios e empreendimentos imobiliários.

A procura por cursos na área da saúde, inclusive, consolidou a capital do Alto Paraná como um importante polo universitário do Paraguai.

No lado argentino, as flutuações comerciais experimentadas nos últimos anos, com preços inacreditavelmente baixos, seguidos por encarecimento igualmente inacreditável, evidenciou o peso de Foz do Iguaçu e do Paraguai para a economia de Puerto Iguazú.

Pela primeira vez em décadas, autoridades federais argentinas estão admitindo a necessidade de agilizar o trânsito na fronteira, para reduzir as perdas do comércio local.

Questão geográfica e política

Buenos Aires, Assunção e Brasília estão geograficamente a milhares de quilômetros de distância umas das outras. Ciudad del Este, Posadas e Curitiba, as capitais regionais, a algumas centenas.

Os fronteiriços, contudo, vivem a poucos minutos uns dos outros, vendo os vizinhos pela janela e interagindo de forma frequente. Por essas e outras, a área trinacional precisa de políticas diferenciadas, que privilegiem a integração.

Em 2026, os brasileiros elegerão autoridades estaduais e federais, enquanto os paraguaios votarão para prefeito e vereador (na Argentina não haverá eleição).

Oportunidade para debater propostas e eleger candidatos munidos da necessária compreensão sobre a integração, para que as fronteiras não sejam linhas de separação, mas pontos de união entre povos e economias. O H2FOZ acredita nesta visão.

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Guilherme Wojciechowski colabora diariamente com o H2FOZ e redige, aos domingos, a edição semanal da Carta ao Leitor.

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    Guilherme Wojciechowski

    Guilherme Wojciechowski é colaborador do H2FOZ desde 2021. Acompanha o noticiário da fronteira há duas décadas e cobre editorias como Paraguai, Argentina, Turismo, Esporte, Cultura e Segurança Pública.