Diretor-geral diz que tarifa de Itaipu deve diminuir já em 2022, sem prejudicar obras

Já no ano que vem a dívida da usina “vai desaparecer”, o que possibilitará diminuir a tarifa, diz o general João Francisco Ferreira.

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Já no ano que vem a dívida da usina “vai desaparecer”, o que possibilitará diminuir a tarifa, segundo João Francisco Ferreira.

O diretor-geral brasileiro da Itaipu, general João Francisco Ferreira, reafirmou que a redução da tarifa da energia produzida pela binacional deve ocorrer já a partir de 2022, quando a dívida da construção estará praticamente quitada.

Ele participou de uma coletiva de imprensa, na manhã desta quinta-feira (14), no Hotel Golden Park International, em Foz do Iguaçu.

“Grande parte do preço de nossa energia contém os juros e as amortizações que pagamos ano a ano aos nossos credores e, em 2022, essa dívida vai praticamente desaparecer. Então, nós vamos vender uma energia elétrica muito mais barata que a atual para a Eletrobras e a Ande, nossos clientes no Brasil e no Paraguai, respectivamente, o que vai beneficiar os consumidores brasileiros e paraguaios”, afirmou o diretor-geral brasileiro.

No entanto, ele ressalvou que isso não depende só da margem brasileira, já que a redução da tarifa de energia é uma decisão binacional.

O general Ferreira fez questão de ressalvar que decisão sobre a tarifa depende de acordo binacional. Foto Sara Cheida

Segundo o general Ferreira, a eventual redução da tarifa não vai interferir na continuidade das obras estruturantes patrocinadas pela Itaipu na região de influência, uma vez que os recursos destinados a essas construções são provenientes dos custos de exploração, que permitem o funcionamento da usina hidrelétrica e os investimentos na região, e não dos custos da dívida.

“Vamos continuar investindo em obras estruturantes e ambientais na nossa área de influência. É uma obrigação nossa.”

Ele destacou que as obras estruturantes, como a Ponte da Integração Brasil-Paraguai (já 70% concluída), a Perimetral Leste, a modernização e ampliação da pista do Aeroporto Internacional de Foz, a duplicação da Rodovia das Cataratas, entre outras, vão levar Foz do Iguaçu e região a um novo patamar econômico e social.

Somados, os investimentos chegam a R$ 2,5 bilhões, com a criação de cerca de 2.500 empregos.

CRISE HÍDRICA

O encontro reuniu jornalistas de 15 órgãos de imprensa de Foz. Foto Sara Cheida

Durante o café da manhã com jornalistas, Ferreira fez um balanço de seus seis primeiros meses à frente da Diretoria Geral Brasileira da empresa.

O encontro com jornalistas durou duas horas e reuniu 15 veículos de imprensa de Foz do Iguaçu e região.

O objetivo do encontro foi atender ao princípio da publicidade, um dos que regem as boas práticas da administração pública, conforme preconiza o artigo 37 da Constituição Federal. Os outros princípios são: legalidade, impessoalidade, moralidade e eficiência.

Após as boas-vindas, o diretor abriu para perguntas e respondeu sobre vários temas de interesse da comunidade local, como a realização do Natal de Foz, em parceria com a prefeitura e com o Destino Iguaçu; a reforma do Gramadão, que vai devolver à comunidade um espaço totalmente revitalizado; a construção de ciclovias; a desmobilização das casas da Vila A, entre outros.

Também comentou sobre temas de interesse nacional, como a crise hídrica, e falou sobre o papel da Itaipu na proteção ambiental.

De acordo com Ferreira, desde 2019 o país vem sofrendo com a crise hídrica, que se aprofundou em 2021, com a maior estiagem em 70 anos.

“Isso impacta não apenas Itaipu, mas as demais hidrelétricas do País”, resumiu.

O diretor explicou que a empresa tem feito a sua parte para ajudar o país a superar a crise hídrica, por meio de um aproveitamento melhor da água na produção de energia, sempre em conformidade com as orientações do Operador Nacional do Sistema (ONS), órgão vinculado ao Ministério de Minas e Energia (MME), responsável por organizar o sistema interligado nacional.

“MISSÃO”

Ferreira comentou ainda que o motivo por ter aceitado a missão de dirigir Itaipu foi saber que já havia sido feito um planejamento muito bem estruturado por seu antecessor, o general Joaquim Silva e Luna, atualmente à frente da Petrobras.

“O que estamos fazendo, não fazemos sozinhos. Conto com o apoio de cinco diretores e de um corpo de empregados altamente dedicados à empresa, para que os projetos sejam implantados da melhor maneira possível.”

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