Estudantes fecham escola estadual em Foz do Iguaçu para cobrar do governo melhoria no ensino 

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Falta de alimentação e de professores, além de dificuldades de aprendizagem com o ensino on-line, estão entre as reivindicações. 

Amilton Farias e Paulo Bogler

Estudantes do Ensino Médio, acompanhados de mães e pais, fecharam o Colégio Estadual Flávio Warken, na Vila C, em protesto para cobrar do Governo do Paraná melhorias nas condições de ensino. A mobilização teve início na manhã desta quarta-feira, 31, sem data para terminar. 

A comunidade escolar afirma que não há transporte para o deslocamento dos alunos nem alimentação – no caso do curso de Formação de Docentes, passam o dia na escola –, além de número insuficiente de professores. Os estudantes dizem que não conseguem acompanhar as aulas on-line das formações técnicas. 

O movimento coincide com a aplicação da Prova Paraná, uma avaliação em larga escala aplicada pela gestão da educação estadual. Docentes e a representação sindical da categoria sustentam que esse mecanismo não é adequado para aferir as condições do ensino-aprendizagem.

Na frente da escola, os estudantes expõem cartazes afirmando que não são “cobaias” e que querem os direitos assegurados. Os materiais confeccionados pelos professores e alunos também expressam as principais cobranças que levaram ao protesto. 

A reportagem apurou que faltam funcionários para realizar o preparo da alimentação dos discentes na hora do almoço. O problema afeta os alunos que fazem cursos integrais.

Protesto envolve estudantes dos Cursos Técnicos de Administração, TI e Formação docente – Foto: Marcos Labanca

“Não temos apoio nas disciplinas on-line, falta material didático e professores; 90% dos alunos têm dificuldade no aprendizado; não temos laboratório para os cursos técnicos”, declarou a estudante M. M. S., do 1.º ano de Administração. Ela participa do protesto com a mãe, R. S.. 

“Estamos aqui porque é direito nosso protestar e para apoiar os nossos filhos devido à precariedade do Ensino Médio”, destacou R.S. “Somos obrigados a vir do bairro Cidade Nova até a Vila C. O governo garantiu três refeições, mas não são servidas, e não há transporte escolar”, enumerou. 

Mãe leva marmita à filha

No 1.º ano do curso de Formação de Docentes, N. Y. estava ao lado da mãe, E. R. G. e do pai G. A.. Ela depende da família para levar alimentação durante o horário de aula, pois chega cedo à escola e permanece até o fim do dia. 

“Preciso trazer marmita todos os dias para minha filha”, enfatizou E.R.G. “O discurso do governo de três alimentações acontece apenas no programa eleitoral. Os alunos que os pais não podem trazer marmita, por trabalhar ou por falta de condições para pagar transporte, ficam dispersos e sem comer”, apontou. 

Dificuldade de aprendizado 

Professores, que demonstram solidariedade à mobilização estudantil, relataram que parte dos problemas se deve ao “novo” Ensino Médio. Dizem que há falta de professores e que o ensino on-line pretende “substituir” o docente em sala de aula, o que está resultando nas dificuldades de aprendizagem denunciadas pelos estudantes. 

Núcleo de Educação 

Representantes do Núcleo Regional de Educação (NRE) de Foz do Iguaçu, órgão da Secretaria de Estado da Educação (Seed), estiveram na escola pela manhã, durante as manifestações. Eles reuniram-se com a direção do estabelecimento, mas saíram sem ter sido possível obter a posição do órgão sobre as reivindicações.

Não sou cobaia, estudantes cobram do governo estadual, alimentação, transporte e professores – Foto: Marcos Labanca
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