Foz do Iguaçu e seus problemas: políticos locais não pensam nem preparam a cidade para o morador

Ausência de lago municipal e de um novo teatro, chafariz da vergonha, TTU, prainha e alagamentos. Cadê o restaurante popular e a sede própria da prefeitura?

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Por Orivaldo Dorta “Zoriva” – OPINIÃO

Senti a necessidade de escrever esse texto sobre a nossa cidade de Foz do Iguaçu e seus problemas cotidianos. São diversos, ao longo do tempo. A gente convive com isso todos os dias, mas as soluções só “aparecem” em período eleitoral, as quais nunca – ou raramente – saem do papel.

Antes de tudo, lembro que não sou especialista nos assuntos que abordarei, mas tenho a minha opinião de iguaçuense há quatro décadas, a respeito de muitos desafios:

Lago municipal: não temos. Temos os vergonhosos parques Remador, no Porto Meira, e Monjolo, no Jardim Central. Nos falta uma estrutura com lago ao estilo do Parque Municipal de Cascavel, Lago Municipal de Toledo, Lago Igapó, em Londrina, ou, ainda como existe em Guarapuava.

Alagamentos da Avenida JK: quando passa a previsão de chuva, a JK já fica alagada. Sempre que chove é a mesma coisa: alagam as áreas perto da Rua Engenheiro Rebouças e no cruzamento da Rua Carlos Gomes. Quando é que vão resolver isso?

Estádio de futebol: Foz do Iguaçu é uma das poucas cidades sem estádio mantido pelo poder público. É bem verdade que não temos um time à altura também.

Teatro: ou ausência dele. O “acanhado” Teatro Barracão tem pouca atividade, quase nenhuma diretamente voltada ao teatro e, sim, a outras produções culturais.

Águas da vergonha: somos conhecidos mundo afora como a “Cidade das Águas”, mas passamos vergonha com o chafariz do antigo Colégio Bartolomeu Mitre, na Praça das Nações. Nesse quesito, outros vexames são a cascata e a piscina no Terminal de Transporte Urbano (TTU), e o espelho d’água na Praça da Paz. São criadouros de larvas de mosquitos e “piscinas” para pessoas em situação de rua.

Restaurante popular: por quanto tempo se fala em instalar esses espaços? Cidades bem menores do que Foz do Iguaçu possuem seus restaurantes em que os trabalhadores podem comer de forma digna e a preço acessível.

Feira popular: sonho em termos um dia uma feira de exposição à altura de uma ExpoLondrina, ExpoIngá, ExpoBel. Hoje, porém, eu já me contentaria se a Fartal de Foz do Iguaçu pelo menos fosse do nível da Fespop de Santa Terezinha de Itaipu.

Educação: as reformas e adequações nas escolas públicas de Foz do Iguaçu são sempre feitas durante o período letivo, acarretando atrasos ou prejuízo no calendário letivo. Por que não fazem isso durante as férias?

Ônibus: nosso transporte público é ineficiente. Todos os dias surge uma enxurrada de reclamações e descontentamento com a falta de ônibus, veículos sucateados e atrasos, entre outros problemas.

TTU: o terminal de ônibus em Foz do Iguaçu é vergonhoso. Ficou pior depois que passou a permanecer aberto. Outras cidades têm vários terminais de integração. Aqui, não. Era para a cidade ter quatro deles – é o que está no papel – , mas a proposta é transformar o atual em uma praça aberta.

Ligação Jardim Jupira-Vila Portes: desde o início do pedágio nas rodovias, como a BR-277, há mais de duas décadas, esses dois bairros foram separados. Isso trouxe, inclusive, prejuízos à economia com o fechamento de empresas. Fala-se muito em ligar os dois bairros, mas nada se faz efetivamente.

Viadutos: são mal planejados e não suprem a demanda. Nos horários de pico os acessos ficam congestionados.

Prainha: é um tapa na cara do morador iguaçuense. Todo ano o mesmo abandono. Sempre que chega o verão, faz-se uma “maquiada” com o corte de grama e pintura de água e cal na estrutura. Um ralo aberto que vai engolindo verbas ano a ano. A pior praia artificial do lago de Itaipu.

Distrito Industrial precário: as empresas ali instaladas não são geradoras de grande número de emprego. Na verdade, são empreendimentos comerciais com sede em uma área industrial, que pouco produzem e muito comercializam.

Mercado Municipal: essa é uma discussão bem antiga. Tudo indica que sairá do papel, mas a proposta pode não ser a de mercado, como se conhece em outras cidades. A obra na Vila A está estacionada há muito e não há garantias sobre a concepção de um espaço digno do nome de Mercado Municipal.

Batalhão: muito se fala que o desenvolvimento da cidade depende bastante da retirada do 34.º Batalhão do Exército do centro. Quando isso vai acontecer?

Foz para o morador: muitos dos discursos técnicos e políticos são voltados para o turismo e o turista. É preciso planejar a cidade para o morador daqui e não voltar as ações apenas para o visitante. Somos esquecidos pelos políticos em todos os níveis.

Sede própria da prefeitura: gastam-se horrores (gostaria que o município apresentasse os dados) com aluguéis para abrigar as repartições públicas. Há duas décadas existe um projeto com área determinada para a construção do centro cívico que não vai para frente.

Sincronização dos semáforos: nossas autoridades não conseguem executar esse projeto. Às vezes, demora mais de semana para solucionar um simples equipamento com defeito nas vias públicas.

Portal de entrada para a cidade: fala-se, por décadas, sobre a necessidade desse projeto. O que vejo há tempos é um elefante branco abandonado na entrada, em meio ao mato, com a certeza de que é dinheiro público jogado fora.

Sou iguaçuense há mais de 40 anos. Vejo que nossos políticos não pensam nem vivenciam a cidade com olhos voltados ao iguaçuense, isto é, ao morador que paga os impostos. É muita ação para se resolver provisoriamente. Pouca coisa começa e termina como prevê o projeto e com a eficiência que se exige a administração pública.

Ano que vem tem eleições municipais. Vamos ouvir e ver muita gente trazendo esses assuntos como bandeira. Espero que surja, de fato, alguém com a visão de viver Foz do Iguaçu e queira verdadeiramente o desenvolvimento da cidade. Alguém que abrace a vontade de transformar essa maravilha de local para viver.

Tenho fé. Tenho esperança em um futuro melhor, sim, aqui na nossa Foz do Iguaçu.

Orivaldo Dorta “Zoriva” é rodoviário, ex-radialista e cidadão iguaçuense.

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Este texto é de responsabilidade do autor/da autora e não reflete necessariamente a opinião do H2FOZ.

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2 Comentários
  1. Hilton Santos Diz

    Parabéns ao Orivaldo pela lista de necessidades da cidade de Foz.
    Acrescentaria mais uma sugestão: Identificação das ruas da cidade com a colocação de placas, principalmente nos bairros mais populares. O morador poder ver claramente o nome da rua onde mora é prova de cidadania e dignidade social.

  2. Maria Diz

    Orivaldo parabéns pelo texto maravilhoso sobre a necessidade de alguém responsável na política, a verba vem é só ter projetos, ñ conhecemos bairros nem ruas por placas , além do que vc falou existe mtos lugares abandonados servindo de criadouros de larvas , mto triste morar numa cidade famosa pelas águas e ñ ter acesso a estes serviços que dependem do poder público.

Comentários estão fechados.