Brasileiro que mora no Paraguai comprou Lamborghini apreendido de traficante

Ele pagou pelo carro quase R$ 320 mil, uma bagatela se for considerado o preço de um veículo igual a esse no Brasil.

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O nutricionista, treinador de fitness e youtuber brasileiro Ruan Bortolotto, de 25 anos, foi o comprador do luxuoso Lamborghini Gallardo 2008 leiloado pela Secretaria Nacional de Administração de Bens Apreendidos e Confiscados (Senabico), do Paraguai. O carro pertencia ao traficante Javier Cabaña, vulgo Cucho.

Veículos de luxo, caminhões, motos, televisores e outros objetos caros foram postos no leilão, que deveria render cerca de US$ 230 mil (mais de R$ 1,2 milhão). Todos esses bens foram apreendidos de pessoas envolvidas com o tráfico e a lavagem de dinheiro.

Do total de 17 veículos leiloados em Assunção pela Senabico, quatro pertenciam a Cucho. Um deles era um Camaro, que não foi arrematado.

“NÃO CONHEÇO CUCHO”

Bortolotto tem vários vídeos no Instagram sobre Fitness.

O jovem brasileiro, que desde fevereiro mora em San Lorenzo, perto de Assunção, contou ao Notícias Paraguay que usou dinheiro de alguns investimentos que fez quando morou na Europa. E disse que, apesar da pouca idade, tudo é possível quando alguém estabelece metas e se empenha e sacrifica para cumpri-las.

Bortolotto disse também que o carro ficará guardado na garagem a maior parte do tempo, porque consome muito combustível e por causa da situação das ruas nas cidades paraguaias. “Usarei uma vez por semana ou a cada 15 dias”, contou.

O brasileiro assegurou que não conhece “Cucho” e contou que deu risada quando ficou sabendo de boatos de que ele e o traficante seriam amigos.

“Eu não tenho ideia de quem é, quando vi o carro não tinha nem ideia de quem era Cucho, não sei quem é. Escutei apenas sobre o problema que teve”, garantiu.

QUEM É CUCHO

Cucho com um de seus orgulhos, o Lamborghini que agora foi a leilão.

Apontado como líder de um quadrilha de traficantes, Cucho é acusado de montar um verdadeiro império em Ciudad del Este e cidades vizinhas, com apoio de autoridades, inclusive das que deveriam fiscalizar exatamente o tráfico de drogas e outros delitos.

Acusado de tráfico internacional de drogas, ele investia o dinheiro obtido em imóveis e veículos de luxo. E fazia a lavagem do dinheiro por meio de sua casa de câmbio.

Ele era dono de hotéis, motéis e estacionamentos, entre outras propriedades. Tinha, inclusive, uma luxuosa chácara à beira do lago, com acesso exclusivo para seu barco.

Fã declarado do traficante colombiano Pablo Escobar, de quem tinha em sua sala uma foto gigante, Cucho era dado a extravagâncias, como na festa de seus 33 anos, em março de 2018, quando convidou centenas de convidados. A festa foi animada por sete grupos musicais de diferentes nacionalidades e estilos.

Quando foi preso, em 2018, surgiram denúncias de suas amizades com gente graúda da política, como o deputado Ulises Quintana, que usava uma caminhonete dele e, segundo escutas telefônicas, ajudou-o a liberar um secretário de Cucho preso numa barreira policial.

Ah, sim, o preço que o brasileiro pagou pelo Lamborghini de Cucho representa mais ou menos a metade do que pagaria no Brasil por um veículo semelhante, do mesmo ano.

O novo dono do Lamborghini, o brasileiro Ruan Bortolotto. Foto Ale Vera, jornal Hoy
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