Chikungunya e dengue sobrecarregam sistema de saúde no Paraguai

Ciudad del Este representa quase metade dos casos confirmados no departamento (estado) de Alto Paraná.

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Se o sistema de saúde de Foz do Iguaçu enfrenta dificuldades devido à epidemia de dengue na cidade, a situação também é delicada no Paraguai, onde os moradores estão tendo de lidar com casos de uma segunda doença transmitida pela picada do mosquito Aedes aegypti: a febre chikungunya.

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De acordo com o jornal La Clave, o departamento (estado) de Alto Paraná já tem 5,8 mil notificações de casos suspeitos de chikungunya, com 1,5 mil confirmações. Desse total, quase 50% são de Ciudad del Este, onde o pronto-socorro do Hospital Regional está atendendo de 75 a 80 pacientes por dia com sintomas compatíveis com os da doença.

Ao La Clave, o médico Federico Schrodel detalhou que sábado e domingo são os dias de maior procura, mas que muitas pessoas desistem ao constatar a demora para atendimento e recorrem à automedicação para atenuar os sintomas, o que dá margem a fenômenos como a subnotificação de casos.

“Essa doença tem suas complicações, que podem durar 90 dias ou mais. Nós vemos isso no próprio pessoal da saúde, que volta do repouso, trabalha dois ou três dias e não aguenta ficar de pé, tem dificuldades para caminhar e sofre uma recaída, o que gera desfalques nas escalas”, disse Schrodel.

O epicentro da epidemia de chikungunya no Paraguai continua em Assunção e região metropolitana, que segue com mais de 60% dos casos (o Alto Paraná representa 13%). Somente nas últimas três semanas, 13.010 moradores do país foram infectados com o vírus. O total de mortes desde o primeiro óbito, em dezembro de 2022, é de 60.

Argentina

Na Argentina, a província fronteiriça de Misiones confirmou, nessa segunda-feira (27), o registro de dois casos autóctones de febre chikungunya, em pacientes sem antecedentes de viagens. Um dos infectados vive em Puerto Iguazú, cidade que já tem pelo menos quatro registros da doença.

“Considerando a situação, temos que estar contentes de termos apenas dois casos autóctones, os dois com nexo epidemiológico estabelecido”, avaliou o ministro da Saúde de Misiones, Oscar Alarcón, citado pelo portal Misiones Online. “A província está epidemiologicamente estável. Não temos nenhum internado. Nossa vigilância é exaustiva.”

Dos 63 confirmados na província até o início da atual semana, 30 têm antecedentes de viagem, dois são considerados autóctones e 31 ainda estão em investigação. Em toda a Argentina, são 70 casos autóctones de chikungunya, distribuídos por seis áreas: capital federal, província de Buenos Aires, Córdoba, Corrientes, Formosa e Misiones.

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