Em Ciudad del Este, comerciante é assaltado por ladrões e, depois, pela própria polícia

Mais um caso para comprovar que a impunidade gera cada vez mais abusos. A Justiça solta policiais bandidos, o que serve de incentivo a outros.

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O caso: uma loja de conserto de armas de Ciudad del Este foi assaltada na tarde desta quinta-feira, 18. Sob a mira de revólveres, os bandidos levaram 1,8 milhão de guaranis (R$ 1.450), duas armas de fogo de clientes e dois celulares. As vítimas, a dona da loja e seus dois filhos, imediatamente ligaram para o telefone 911, pedindo a presença da polícia.

Chegaram à loja dois policiais, pouco preocupados em saber o que aconteceu. Eles perguntaram o que a loja fazia e, depois, disseram que a loja atuava ilegalmente. Pra não denunciar os proprietários, os policiais pediram 5 milhões de guaranis (R$ 4 mil) e uma mensalidade de 120 mil guaranis (cerca de R$ 100) para fazer a “proteção” do local.

Os policiais se contentaram com os 4 milhões de guaranis que o lojista José Díaz Martínez lhe entregou. “Era o dinheiro que tinha pra pagar o aluguel”, contou a vítima, que também garantiu ter as permissões necessárias para o funcionamento da loja, conforme noticiou o jornal Última Hora.

Como sequer a denúncia do roubo (praticado pelos desconhecidos) foi anotada, a família procurou a Diretoria de Polícia de Alto Paraná. E aproveitou para também denunciar a extorsão praticada pelos dois agentes.

Os policiais foram identificados como o inspetor Carlos Esteban Aguayo Brítez e o suboficial Eriverto Ovelar, da delegacia do bairro San Miguel, já estão à disposição do Ministério Público.

IMPUNIDADE

Este mês, a Justiça livrou a cara, sem qualquer penalidade, de policiais envolvidos no sequestro e extorsão de uma família de Foz do Iguaçu, em 2018. Foi uma das mais recentes ações da Justiça que favorecem a impunidade de maus policiais.

Há poucos dias, um casal de turistas de São Paulo foi parado num posto policial perto de Ciudad del Este e, sob ameaça de prisão e até de morte, obrigado a pagar uma boa soma em dinheiro. O golpe não deu certo e os policiais acabaram presos. Até quando?

O novo ministro do Interior do Paraguai, Arnaldo Giuzzio, responsável pela atuação policial, já disse que não vai tolerar corrupção nos quadros de segurança. Mas vai ter muito trabalho.

Além dos casos de Ciudad del Este, ele está às voltas com uma fuga bem esquisita do assaltante Roque Jacinto González, vulgo Pyguassu, que escapou da cela do Departamento de Investigações da Polícia Nacional, em Assunção. O foragido chegou a ligar para uma rádio pra dizer que ele e outros três presos fugiram sem qualquer ajuda de policiais.

No município de San Lorenzo, perto de Assunção, um suboficial da polícia foi detido quando tentava resgatar um traficante, durante uma ação programada pela polícia. Este policial estava de folga naquele dia, quarta-feira, 17.

Este mesmo policial esteve envolvido com carros roubados do Brasil e vendidos no Paraguai, em fevereiro de 2019. Como sempre, não aconteceu nada.

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