Escassez de diesel afeta estoques de gás no lado argentino da fronteira

Federação do setor de transportes estima que dificuldades no fornecimento devem durar pelo menos mais 15 dias.

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Federação do setor de transportes estima que dificuldades no fornecimento devem durar pelo menos mais 15 dias.

Problema crônico que afeta a economia da província de Misiones, o recebimento de quantidades insuficientes de diesel está prejudicando, também, os estoques de insumos como o gás de cozinha. Representantes do setor de transportes estimam que o quadro de dificuldades deva durar pelo menos mais 15 dias.

Quanto ao diesel, levantamento organizado pela Federação Argentina de Entidades Empresariais de Transporte Rodoviário de Cargas (Fadeeac) aponta que ao menos 19 províncias apresentam problemas de abastecimento, entre elas todas da porção norte do território argentino, região historicamente mais afetada.

Mapa da escassez de diesel na Argentina. Imagem: Fadeeac

Em muitas cidades, proprietários de postos de combustíveis estão sendo obrigados a adotar limites de quantidade por cliente, o que impacta o reabastecimento de máquinas agrícolas e frotas de caminhões. Unidades do transporte público, ambulâncias, viaturas e veículos da coleta de lixo têm prioridade para a obtenção do diesel.

“A falta de combustível é sentida com maior intensidade ao longo das rodovias nacionais. Também nas áreas fronteiriças os inconvenientes são mais evidentes, como no caso de Bernardo de Irigoyen [divisa com Paraná e Santa Catarina], onde há várias horas de fila e a reposição do combustível demora dias”, escreve o jornal El Territorio.

Fontes nacionais, como os jornais La Nación e Clarín, informam que o governo argentino estuda alternativas como aumentar a importação de diesel ou autorizar uma mistura maior de biodiesel ao combustível derivado do petróleo.

Em Misiones, porém, uma das questões centrais é que as quantidades enviadas pelas distribuidoras à província, mesmo em tempos de normalidade, são historicamente inferiores à demanda local e ao consumo extra representado por motoristas paraguaios e brasileiros que abastecem nas cidades fronteiriças e rodovias.

Gás de cozinha

Sem combustível suficiente para movimentar os caminhões, empresas que comercializam gás de cozinha estão com dificuldades para renovar os estoques ou distribuir os botijões disponíveis para os pontos de venda nas cidades de Misiones, província que não dispõe de gasoduto para facilitar a chegada do produto.

De acordo com o portal Misiones Online, “há distribuidoras em Posadas [capital da província] que já reconhecem a falta e outras do interior da província que estão ‘no limite’. O problema acontece porque os caminhões que transportam os botijões estão parados por falta de diesel”.

Pneus

Outra situação relatada pela imprensa de Misiones é a falta de pneus, provocada não apenas pelas dificuldades internas de transporte, mas por fatores como a redução da produção local desde o início da pandemia e problemas para a importação de fontes como a China e outros países da Ásia.

Em cidades de fronteira, como Puerto Iguazú, borracharias locais enfrentam ainda a concorrência do Paraguai, onde os pneus novos são mais em conta. Nesta quarta-feira (7), o jornal El Territorio publica matéria especial sobre o tema, que pode ser lida (em espanhol) clicando aqui.

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