Fiscais brasileiros retomam vistorias de cargas agropecuárias no Paraguai

Trabalho conjunto foi suspenso em maio após fiscal do Ministério da Agricultura ser agredido por caminhoneiro.

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Trabalho conjunto foi suspenso em maio, após fiscal do Ministério da Agricultura ser agredido por caminhoneiro.

Auditores do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) retomaram, na sexta-feira (3), a fiscalização conjunta de cargas vegetais em dois portos secos de Ciudad del Este. A presença dos servidores brasileiros em território paraguaio foi suspensa no mês de maio, após um fiscal ter sido agredido por um caminhoneiro.

Para que o retorno fosse possível, representantes de instituições como a Direção Nacional de Aduanas (DNA) e o Serviço Nacional de Qualidade e Sanidade Vegetal (Senave), do Paraguai, comprometeram-se a adotar melhorias para ampliar a segurança dos trabalhadores, responsáveis por serviços como a liberação de cargas agrícolas.

Também na sexta, diretores do Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais Federais Agropecuários (Anffa Sindical) estiveram no lado paraguaio para avaliar as condições de trabalho e dar um parecer sobre a volta dos filiados. Oscar Rosa Filho, diretor de Política Profissional, avaliou que os pedidos iniciais foram atendidos.

“As autoridades paraguaias se comprometeram com o atendimento às ações solicitadas, e após ouvirmos os filiados lotados na fronteira e averiguarmos que melhorias iniciais haviam sido implementadas, verificamos que o ambiente estava melhor estruturado para a retomada da fiscalização”, informou Oscar, por meio da assessoria do Anffa Sindical.

Outra preocupação manifestada pelos auditores diz respeito às altas concentrações de produtos químicos encontradas em algumas das cargas vistoriadas, o que pode comprometer a saúde de quem é exposto de forma constante.

“Foi constatado que os níveis de fosfina, um agrotóxico utilizado pelos exportadores para controle de pragas nas cargas, estavam aumentados em até 20 vezes o limite máximo permitido pelos órgãos de controle brasileiros. Essa irregularidade vinha comprometendo a saúde dos profissionais que fiscalizam as cargas. Além disso, o produto tem potencial altamente inflamável”, argumentou o diretor.

As condições de trabalho dos auditores continuarão a ser monitoradas pelo Anffa Sindical, em conjunto com a unidade do MAPA em Foz do Iguaçu e as autoridades paraguaias. O objetivo do trabalho integrado binacional nos portos secos de Ciudad del Este é diminuir a burocracia e agilizar a passagem de produtos agropecuários pela fronteira.

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