Governo do Paraguai insiste, mas Argentina mantém fronteiras “cerradas”

Condições epidemiológicas não permitem, foi a resposta do governo argentino ao ministro de Relações Exteriores do Paraguai.

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H2FOZ – Cláudio Dalla Benetta

Do lado de lá da Ponte Tancredo Neves, em Puerto Iguazú, manifestantes estão em plantão permanente, à espera de uma resposta do governo argentino para abrir a fronteira terrestre com o Brasil

Na fronteira entre a Argentina e o Paraguai, a pressão é dos paraguaios. Nesta sexta, 6, “paseros” e trabalhadores dos municípios de Puerto Falcón e Nanawa saíram às ruas em manifestação para abrir a fronteira com a Argentina.

Os comerciantes e autoridades de Encarnación, cidade paraguaia que é ligada por uma ponte a Posadas, capital da província de Misiones, também pedem socorro, “encurralados ela grave crise econômica”, como noticia o jornal Última Hora.

O caso é complicado. O governo argentino mostra-se irredutível. Às voltas com um crescente número de casos e mortes por covid 19 (confira em Panorama mudou: a quantas anda a covid em Foz, no Paraná, na vizinhança e mundo afora), a Argentina sequer cogita reabrir fronteiras.

O ministro de Relações Exteriores do Paraguai, Federico González, disse que seu país já informou à Argentina que está em condições de abrir a fronteira “de modo gradual e cumprindo protocolos sanitários”. Mas o governo argentino respondeu que o momento não permite, devido às condições epidemiológicas.

“É um processo que continua”, disse o ministro paraguaio. Entendemos como se sentem os cidadãos, nossos compatriotas, por não poder realizar suas atividades diárias. Logicamente, é uma situação sumamente difícil”, reconheceu González.

Por enquanto, a Argentina só permite, desde o último dia 2, o ingresso de turistas dos países vizinhos por via aérea. Isso inclui os paraguaios.

A Argentina tem ligações com o Paraguai em dois pontos, entre Clorinda e Puerto Falcón, e entre Posadas e Encarnación.

A reabertura da fronteira, principalmente entre Posadas e Encarnación, seria mais ou menos semelhante ao que ocorreu aqui, na Ponte da Amizade: muito movimento e o início da reativação econômica.

O problema em Posadas, como reconheceu recentemente o governo da província de Misiones, é que a fronteira fechada obriga os argentinos a comprar no comércio local, movimentando a economia, e não no Paraguai, como acontecia com a fronteira aberta.

Isto é, para Misiones, é mais interessante, economicamente, que a fronteira fique fechada. Como para o governo da Argentina há a questão da pandemia, os paraguaios provavelmente vão esperar ainda um bom tempo até terem os argentinos de volta.

Paraguaios protestam, mas negociações entre governos não avançam. Foto Antonio Rolin, jornal Última Hora
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