Inflação castiga brasileiros, paraguaios e argentinos na fronteira

Índices divulgados nos três países mostram alta persistente nos preços pagos pelo consumidor.

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Índices divulgados nos três países mostram alta persistente nos preços pagos pelo consumidor.

Viver em uma fronteira trinacional já não basta para driblar a inflação: o fenômeno é regional e vem desgastando o poder de compra de brasileiros, paraguaios e argentinos. A pior situação é da Argentina, cujo índice ficou em 6% no mês de abril. No Brasil, a alta foi de 1,06%. No Paraguai, o indicador calculado pelo Banco Central do país fechou em 1,5%.

No caso do Brasil, os dados são do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), calculado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O acréscimo de 1,06% foi o maior para abril desde 1996. No acumulado dos últimos 12 meses, a alta é de 12,13%, pior registro desde os 13,98% da inflação interanual de outubro de 2003.

Dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados pelo IBGE, somente um (habitação) não teve elevação na média de preços. Alimentos e bebidas tiveram aumento de 2,06%, embora produtos da cesta básica, como a batata, tenham subido até 18%. Os reajustes nos preços do diesel, gasolina, etanol e gás de cozinha também impactaram o índice.

Argentina

Na Argentina, o Índice de Preços ao Consumidor (IPC), calculado pelo Instituto Nacional de Estatística e Censos (Indec), fechou em 6% no mês de abril. Desde janeiro, a alta já chega a 23,1%. No acumulado dos últimos 12 meses, a variação é de 58%, pior desempenho dos últimos 30 anos. A estimativa para 2022 é de inflação de 48%.

Lá como cá, alimentos e bebidas (5,9% em abril e 62,1% no interanual) e combustíveis estão pesando no bolso dos consumidores argentinos. Para piorar, no início de maio, os preços da gasolina e do diesel tiveram reajuste de até 20% em cidades como Puerto Iguazú, encarecendo ainda mais o custo de vida.

Paraguai

No Paraguai, o Índice de Preços ao Consumidor (IPC), divulgado pelo Banco Central do país, foi de 1,5% em abril, com 5,3% no acumulado desde janeiro e 11,8% no cálculo interanual. Além de fatores externos, questões internas, como o fim do subsídio aos combustíveis da estatal Petropar, tiveram impacto no quarto mês de 2022.

Especificamente para Ciudad del Este, dados coletados por pesquisadores da Universidade Nacional del Este (UNE) mostram que a cesta básica teve elevação média de 3,24% em abril, tendo como vilões o repolho (22%) e a abóbora (14%). Por outro lado, pimentão (-21%) e batata (-8%) apresentaram queda, ajudando a equilibrar os preços.

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