Justiça paraguaia investiga como traficante paranaense conseguiu “morrer” no Paraguai

Criminoso conseguiu atestado de óbito para escapar da Justiça brasileira, mas foi preso no Uruguai e entregue à Justiça brasileira.

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H2FOZ – Cláudio Dalla Benetta

A Diretoria de Assuntos Internos e Anticorrupção do Ministério da Justiça do Paraguai abriu investigação para apurar como o paranaense Hernandes Oliveira da Silva, conhecido como Mike, obteve em Assunção um atestado de óbito para si mesmo, para assim escapar da Justiça brasileira, procurado por homicídio e tráfico, informa o jornal Última Hora.

Hernandes estava morando em Ciudad del Este, para fugir da polícia brasileira, mas “morreu” na capital do país, onde num cemitério até há uma tumba com seu nome. Em Ciudad del Este, “amigos” chegaram a publicar anúncio fúnebre num jornal local. “Dos amigos de Ciudad del Este e Foz”, dizia o anúncio, uma homenagem ao “Baixinho”, acompanhando “seus familiares em tão triste dor”.

O atestado de óbito é datado de 22 de junho deste ano, em plena pandemia, o que não representou nenhuma dificuldade para ele atravessar fronteiras. Hernandes reapareceu no Uruguai, já com documentos de Ruan Cortes da Silva.

Como era procurado pela Interpol, “Ruan” foi detido em Canelones, cidade litorânea a 40 km de Montevidéu, quando foi reconhecido pelas fotografias de “procurado”. As digitais comprovaram que era ele, apesar dos documentos falsificados. As autoridades uruguais entregaram-no à Justiça brasileira e ele já está preso.

O atestado de óbito paraguaio é assinado pelo oficial do Registro Civil da 5ª seção de Assunção, Claudio Roberto Irigoitia Fernández.

Segundo Julio Careaga, diretor de Assuntos Internos e Anticorrupção, as primeiras investigações indicam que a assinatura do funcionário do Registro Civil teria sido falsificada, e que dentro do livro de registros não existe a expedição de ata.

Mas ele disse que a investigação é ainda incipiente e que os trabalhos vão continuar para se conhecer a eventual responsabilidade interna na expedição do atestado de óbito.

A Diretoria de Registro de Estado Civil, por sua vez, vai fazer uma denúncia ao Ministério Público, para que possa ser feita a perícia correspondente, já que a assinatura é muito semelhante à do funcionário, conforme o Ministério da Justiça.

Os crimes

Hernandes, o Mike. Ou, ainda, o “Baixinho”, como querem seus “amigos” de Ciudad del Este e Foz do Iguaçu. Foto Polícia Civil

Hernandes Oliveira da Silva vai agora responder na Justiça pelo assassinato de três pessoas e por tráfico internacional de drogas.

“Mike”, como é conhecido, é suspeito de liderar uma organização criminosa internacional envolvida no tráfico de cocaína, segundo a Rádio BandaB.

Ele também é suspeito de ser o mandante do assassinato do ex-policial Samir Skandar e do porteiro Alvari de Paula Silva, em novembro de 2019, em Curitiba, conforme a rádio BandaB, e também de ter mandado matar o sérvio Marjan Jocic. O sérvio teria sido quem matou o ex-policial e o porteiro. Seu corpo foi encontrado dias depois em um lago.

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