Mais de 7 mil brasileiros cruzaram a Ponte da Amizade, no primeiro dia de abertura

Eles foram em 3.500 veículos, entre carros e motos. Havia poucos turistas, pela insegurança se a fronteira seria ou não aberta. Isso deve mudar agora.

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H2FOZ – Cláudio Dalla Benetta

Um balanço do primeiro dia mostra que cerca de 3.500 veículos brasileiros, entre carros e motos, cruzaram a Ponte Internacional da Amizade, rumo a Ciudad del Este, informa o jornal La Clave.

Cada carro levava entre dois e três passageiros, de acordo com o setor de Migrações do Paraguai, o que significa, num cálculo grosseiro, mais de 7 mil visitantes.

Nos dias pré-pandemia, a média de passagem de veículos era bem mais alta, em torno de 20 mil. Mas, considerando a insegurança em relação ao “abre-e-fecha” e que há poucos turistas em Foz, em comparação com períodos normais, os paraguaios se mostraram satisfeitos.

Na média, em cada carro havia duas ou três pessas. Foto Senatur

Ainda mais que, como lembra o jornal Última Hora, o dólar estava cotado, na quinta-feira, 15, a R$ 6 no comércio de Ciudad del Este, quando a cotação  perto do ideal seria abaixo de R$ 4.

O jornal La Nación complementa que, nesse primeiro dia, 124 paraguaios e 111 estrangeiros se registraram no setor de Migrações. Entre eles, há pessoas que deverão cumprir quarentena e já estão registradas na Saúde Pública.

Não houve incidentes nos postos de fiscalização montados no km 30 da rodovia PY02 e na Avenida Monday, saindo para Presidente Franco, e em Santa Fe de Paraná, na saída de Hernandarias. Ninguém foi encaminhado de volta à fronteira por estar em situação irregular.

Na manhã do segundo dia de abertura, movimento intenso, como mostra câmera da CATVE.

Faltam os turistas

A falta de divulgação oficial antecipada (e garantida) da reabertura da Ponte da Amizade explica por que o fluxo de brasileiros incluiu principalmente estudantes, comerciantes que têm lojas no lado paraguaio e compradores basicamente de Foz e de cidades vizinhas.

A expectativa é que com a divulgação, a partir de agora, a fronteira atraia turistas de outros estados, como Santa Catarina, São Paulo e Rio de Janeiro.

A executiva Natalia Ramírez disse ao Última Hora que os comerciantes sabem que pode ser demorado o processo para voltar à normalidade, “àquilo que nós queremos, mas já estamos aliviados com a abertura da ponte e que as pessoas estejam cruzando novamente”.

A diretora do Conselho de Desenvolvimento de Ciudad del Este, Linda Taijen, disse que a intenção é passar aos visitantes uma imagem positiva, que há cuidados e responsabilidade em relação à pandemia.

Os comerciantes doaram máscaras que são entregues aos brasileiros, com o pedido de que “se cuidem”.

Retorno deu problema

A entrada no Paraguai é das 6h às 14h. Depois disso, a fronteira só fica aberta, no lado paraguaio, para os caminhões. Só que se esqueceram dos táxis e mototáxis paraguaios, que trouxeram passageiros a Foz do Iguaçu.

E o número foi alto: cerca de 500 veículos, provavelmente o que surpreendeu até mesmo os trabalhadores do setor de transporte de passageiros.

No retorno ao país, depois das 14h, muitos foram impedidos pela Marinha de entrar, já que estavam fora do horário permitido. Só que este limite era previsto para a entrada de brasileiros, não para o regresso de paraguaios.

Segundo o jornal La Nación, “definitivamente, Migrações e Armada Paraguaia não falam o mesmo idioma”. Migrações havia garantido que os taxistas e mototaxistas poderiam levar passageiros de Ciudad del Este a Foz do Iguaçu e retornar sem problemas.

Quando mais de 20 táxis e mototáxis chegaram, cinco minutos antes das 14h, conta La Nación, foram informados que não poderiam entrar. Foi preciso o Codeleste intervir, por meio da advogada Linda Taijen, para evitar que os motoristas tivessem que esperar até as 5h desta sexta-feira para atravessar a fronteira.

Liberação por 24 horas

Depois dos incidentes, o setor de Migrações modificou as restrições nos horários para os paraguaios, como informa na edição on line, hoje, o jornal ABC Color.

A diretora de Migrações, María de los Ángeles Arriola, disse que os paraguaios poderão voltar ao país durante as 24 horas. A restrição no horário de entrada de estrangeiros permanece: das 5h às 14h. Mas, pra voltar de Ciudad del Este, também o prazo é de 24 horas.

A mudança vale também para mototaxistas e taxistas, mas eles não poderão atravessar a fronteira, depois das 14h, trazendo passageiros. O que é estranho porque, se os passageiros forem paraguaios, estariam beneficiados com a mudança no horário de retorno. Falta, pra variar, mais clareza.

Segundo Ángeles Arriola, a autorização para estrangeiros entrarem no Paraguai durante as 24 horas ainda depende de um acordo com o Ministério de Saúde Pública, que ainda está preocupação em que haja um controle sanitário.

Passagem de pedestres

A diretora de Migrações confirmou que, dentro de 15 dias (31 de outubro), será permitida a passagem de pedestres. Quando estiver vigorando a medida, Migrações fará o controle apenas daqueles que vão se deslocar mais de 30 km além da fronteira.

É o que está valendo, desde quinta-feira, para quem entra no Paraguai de carro ou de moto.

Controle sanitário

Fiscais verificam se o comércio atende as exigências sanitárias. Foto Ministério do Trabalho do ParaguaiLegenda

O Ministério do Trabalho, informa a Agência IP, reforçou desde quinta-feira a fiscalização do comércio de Ciudad del Este, Salto del Guairá e Pedro Juan Caballero, para garantir o cumprimento das medidas sanitárias de proteção contra o coronavírus.

O ministério conta com um guia de controle geral para estabelecimentos comerciais com relação às medidas de prevenção.

Entre as exigências, o comércio deve contar com locais para lavagem de mãos com água, sabão e toalhas descartáveis, além de álcool em gel a 70%.

Precisam, também, estabelecer demarcações para distanciamento físico entre trabalhadores e clientes. E todos devem usar máscaras.

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