O dólar é que manda! E é por isso que vendas não deslancham em Ciudad del Este

A moeda americana se desvalorizou quase 8%, este ano, enquanto o guarani acumula uma alta de 9%. Recado aos turistas: ainda assim vale a pena. Mas veja algumas dicas.

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O dólar voltou a cair perante o guarani, na quarta-feira, 7, e agora já acumula uma queda de 8% no ano. A tendência de queda do dólar, a nível global, e não apenas no Paraguai, se deve à decisão do Banco Central dos Estados Unidos, sem pressa para aumentar os juros ou alterar a estratégia da política monetária.

O tal “mercado”, este ser invisível, mas capaz de mudar a cara da economia de um momento pra outro, entendeu que o Federal Reserve (o Fed, similar a um banco central), está otimista quanto à situação econômica do país e do mundo, o que abre espaço para a busca de ganhos fora do país. Automaticamente, as moedas principais valorizaram ante o dólar.

Em resumo, é mais ou menos isso. Por mais que pareça em crise, a economia paraguaia é estável, e sua moeda tende a acompanhar o que acontece no resto do mundo. No Brasil, é diferente. Economia muitas vezes maior que a paraguaia, embora em queda livre, está mais na mira de investidores internacionais. E é pela situação interna que o real teve o pior desempenho entre as 34 moedas mais líquidas, na quarta, e fechou em alta, depois de dois dias de ligeiras quedas.

No caso, o que deflagrou a alta foi uma declaração do presidente Bolsonaro de que o governo pretende mudar a política de preços da Petrobras. Maior e mais importante estatal do País, qualquer possibilidade de interferência do governo em sua administração assusta o chamado “mercado”, ainda mais que o Brasil enfrenta hoje a fase mais crítica da pandemia e o processo de vacinação continua muito lento.

Com o guarani mais forte, o Paraguai pode importar mais, inclusive produtos para vender aos turistas brasileiros. Mas, do outro lado da moeda, com perdão do trocadilho, esses consumidores, ao fazer compras em Ciudad del Este, por exemplo, se assustam ao converter os preços em dólares para reais.

COTAÇÕES

Só este ano, real já despencou 7,9%. Foto Marcelo Casal/Ag Brasil

No mercado paraguaio, a cotação na quarta, 7, estava em 6.350 guaranis (venda) por dólar; e 1.110 guaranis por real.

Nesta quinta-feira, 8, são 6.250 guaranis por dólar e 1.100 guaranis por real.

Ainda no mercado cambial paraguaio, o dólar valia R$ 5,75 na quarta; nesta quinta, está em R$ 5,80.

Só mesmo o tal “mercado”, neste caso o cambial, pra explicar por que o guarani vale menos em reais hoje do que ontem, embora tenha se valorizado perante o dólar, enquanto o real caiu.

Já no mercado cambial brasileiro, o dólar comercial, que não é usado pra “compras no Paraguai”, valia R$ 5,18, em 31 de dezembro de 2020; nesta quinta, está em R$ 5,59 (esta comparação é apenas para efeito de entender o quanto o dólar valorizou ao longo deste ano, isto é, pra cada dólar agora é preciso despender mais R$ 0,49).

Ou, por outra: o real desvalorizou, de lá para cá, 7,9% em relação ao dólar, enquanto o guarani valorizou 9%. Dá pra entender?

SÓ PRA PASSEAR? NÃO!

Mais adiante no texto, você vai ver algumas dicas de como vale a pena fazer compras no Paraguai. Foto Robson Franzói

Explicações e números à parte, o que vale é o seguinte: o dólar subiu para o brasileiro que for fazer compras no Paraguai. E é por isso que o turista adora visitar os shoppings e galerias, mas geralmente para buscar um produto que pretendia comprar de qualquer jeito, mas pelo qual vai pagar menos em Ciudad del Este. Como um celular, por exemplo.

Ainda vale a pena fazer compras no Paraguai? Claro, os impostos lá são menores e a oferta é grande de produtos importados. Mas é preciso pesquisar e, mais do que nunca, comprar em lojas confiáveis. Quanto menos vendem, há mais risco de ser enganado numa dessas lojas que ficam em galerias e shoppings onde “guias” insistem em levar o turista.

O microcentro de Ciudad del Este, onde estão grandes shoppings, galerias e lojas, não é um lugar só pra conhecer. Pra quem tem um objetivo nas compras e sabe o preço no Brasil do que pretende adquirir, a aventura de consumidor pode ser um bom negócio.

O QUE VALE A PENA

O site Um Viajante mostra a experiência positiva de compras no Paraguai. A gente vai fazer um breve resumo do que Robson Franzói contou no site, mas você pode acessar neste link e conferir:  (umviajante.com.br)

O texto de Robson Franzói conta que veio a Foz para visitar os atrativos. Sem muito interesse em compras, foi a Ciudad del Este pelo transfer da Loumar Turismo, que ele recomenda.

A primeira loja que ele visitou foi a Celshopp, com sua “variedade enorme de equipamentos eletrônicos”, além de perfumes, maquiagens, roupas… “Dá para passar horas lá dentro pesquisando e descobrindo boas ofertas”, diz Franzói.

Na Cellshop, “dá para passar horas pesquisando”. Foto Robson Manfrói

Pulseiras inteligentes

Ele aproveitou uma promoção relâmpago e comprou duas pulseiras inteligentes da Xiaomi, ambas Mi Band 2, por US$ 9. O viajante comparou com o preço cobrado pela Amazon, no Brasil, e fez as contas: pagou 18 dólares (à época, R$ 100) pelas duas pulseiras.

Pelos mesmos produtos, no Brasil, pagaria R$ 320. Economizou, portanto, R$ 220.

Perfume, desodorante

Depois, foi à loja Elegância. Adquiriu o perfume Montblanc Eau de Toilette, em oferta por 27 dólares (R$ 151 na cotação do dia); no Brasil, “o perfume custa, acredite”, diz ele, R$ 629. Só nessa compra, economizou R$ 478.

Pelo protetor solar Gold SPF 4 Sraty Gel 237 ml, Franzói pagou R$ 37, na cotação do dia; no Brasil, custaria R$ 90. Economia de R$ 53.

Por um desodorante Carrera, do qual ele não encontro o preço no mercado brasileiro Franzói pagou apenas R$ 5,60. Ele considera que um bom desodorante, por aqui, não sairia por menos de R$ 15.

Caneca e jarra

A última loja que ele visitou foi o Shopping Itaipu, onde adquiriu uma caneca de porcelana Gatinho por R$ 27; por um modelo muito semelhante, no Brasil, pagaria R$ 100.

Comprou ainda duas jarras de vidro para servir café por R$ 33 cada uma. Pelos mesmos itens, no Brasil, teria que desembolsar aproximadamente R$ 150.

Por todas as compras que fez no Paraguai, Franzói gastou R$ 434,20. No Brasil, teria desembolsado R$ 1.568. Economia, portanto, de R$ 1.133.

CONCLUSÃO

O exemplo de Manfrói, como turista e comprista, vale a pena ser seguido. Primeiro, saber o que quer comprar e aproveitar as ofertas das boas lojas de Ciudad del Este. Segundo, conhecer de antemão quanto pagaria por esses produtos no Brasil.

E, por fim, não abusar na gastança, mesmo porque a cota máxima livre de impostos, para o turista brasileiro, é de US$ 500 (pouco menos de R$ 3 mil). Dá para comprar bem mais do que o turista deste site comprou, mas sempre sabendo o que está comprando e pagando, na comparação com os preços no Brasil.

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