Operação Status une Polícia Federal e Senad, do Paraguai, contra organização de traficantes

A organização é chefiada pelo brasileiro Emidio Morínigo Ximenes e seus filhos. A operação ocorre em cinco estados e no município paraguaio de Pedro Juan Caballero.

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H2FOZ – Cláudio Dalla Benetta

Nesta sexta-feira, 11, a Polícia Federal do Brasil deflagrou, em conjunto com a Secretaria Nacional Antidrogas (Senad), do Paraguai, a operação Status, para prender líderes de uma organização criminosa ligada ao PCC e apreender o patrimônio que ela acumula nos dois países.

No Paraguai, a Senad divulgou vídeo sobre a operação, que “busca desmantelar uma organização criminosa dedicada ao narcotráfico e à lavagem de dinheiro, que tem  bases no Paraguai e no Brasil”.

Em Pedro Juan Caballero, a Senad fez pelo menos 10 operações em propriedades rurais, casas de câmbio, escritórios de contabilidade e outras, que representam um patrimônio imobiliário avaliado em mais de US$ 30 milhões (mais de R$ 158 milhões).

Agente da Senad na operação em Pedro Juan Caballero. Captura de vídeo da Senad
Mansão de um dos traficantes na fronteira Brasil-Paraguai. Foto PF
Em apenas uma das buscas, a Polícia Federal apreendeu R$ 529 mil em espécie. Foto PF

No total, somando aos bens que a organização tem no Brasil, a Polícia Federal calcula o patrimônio dos traficantes em mais de R$ 230 milhões. No País, eles têm 42 imóveis, duas fazendas e 75 veículos, além de embarcações e aeronaves, espalhados pelos estados do Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, São Paulo, Rio de Janeiro e Paraná.

A operação Status, de acordo com a Senad, é resultado de fiscalizações feitas em conjunto com a Polícia Federal por mais de um ano. Para a Senad, a operação marca “uma nova era de ações conjuntas de inteligência entre Paraguai e Brasil”.

A intenção da Polícia Federal do Brasil é, além da prisão das lideranças do tráfico, descapitalizar a quadrilha, com base na cooperação com o Paraguai.

Empresas em nome de laranjas, entre as quais construtoras, administradoras de imóveis e lojas de veículos de luxo, faziam parte do esquema de lavagem de dinheiro. A quadrilha contava também com uma rede de doleiros no Paraguai e operadores em cidades como Curitiba, Londrina, São Paulo e Rio de Janeiro, segundo a PF.

De acordo com a  Senad, grande parte do mercado da cocaína, entre Paraguai e Brasil, era controlado pela família Morínigo, que tem grande poder na lavagem de ativos.

O líder da quadrilha é Emidio Morínigo Ximenes, que tinha como auxiliares diretos Jefferson García Morínigo (filho e chefe da organização); Kleber García Morínigo, filho e colaborador; Robson Lourivar Alcaraz (contador); e Julio Cesar Duarte, proprietário das casas de câmbio Uniexpress e Zafra, em Pedro Juan Caballero).

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