Sanções dos EUA a Horacio Cartes geram terremoto político no Paraguai

Considerado corrupto pelo governo dos Estados Unidos, ex-presidente paraguaio está proibido de entrar em território estadunidense.

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Considerado corrupto pelo governo dos Estados Unidos, ex-presidente paraguaio está proibido de entrar em território estadunidense.

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O anúncio feito pelo governo dos Estados Unidos nessa sexta-feira (22), de que o ex-presidente do Paraguai Horacio Cartes está proibido de entrar no país, gerou um verdadeiro terremoto na política local. Considerado corrupto, Cartes teria atuado para obstruir investigações e beneficiar amigos enquanto esteve na Presidência da República (2013–2018).

Conforme decisão do Departamento de Estado dos Estados Unidos, o ex-presidente e três familiares foram sancionados com a proibição de ingresso em território estadunidense e com o congelamento de bens e valores em dinheiro. De acordo com o jornal Última Hora, o patrimônio da família nos EUA é estimado em no mínimo US$ 37 milhões.

Horas após o anúncio, Cartes emitiu nota pública na qual considerou “injustas e infundadas” as acusações tornadas públicas pelo embaixador Marc Ostfield. Instituições como o Libertad, clube de futebol que tinha o empresário como presidente de honra, anunciaram seu desligamento do quadro de diretores.

Cartes lidera o movimento interno Honor Colorado, que postula o ex-ministro Santiago Peña como candidato à Presidência da República pelo governista Partido Colorado em abril de 2023. O atual presidente Mario Abdo Benítez, que comanda outra ala da legenda, foi acusado por partidários de Cartes de tentar tirar proveito político do caso.

O principal ponto de pressão, entretanto, está sobre a procuradora-geral do Estado, Sandra Quiñónez, que teria agido de forma omissa em relação às investigações contra o ex-presidente. Parlamentares de oposição convocaram, para domingo (24), uma sessão extraordinária do Congresso, tendo como pauta única a destituição da procuradora.

A respeito, o Ministério Público do Paraguai publicou comunicado afirmando que são vários os processos em andamento e que grande parte das investigações tem o apoio dos Estados Unidos. “Existe uma permanente e constante colaboração das autoridades dos EUA, com as quais o Ministério Público tem uma relação estreita e fluida de intercâmbio de informações”, menciona a nota.

Tido como um dos homens mais ricos do país, Horacio Cartes administra um império que inclui, entre outras empresas, a Tabesa, maior fabricante de cigarros no Paraguai. Desde 2019, vários políticos e empresários paraguaios foram sancionados pelos EUA, como o ex-senador Óscar González Daher e o ex-deputado Ulises Quintana, de Ciudad del Este.

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1 comentário
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