Empresários de Ciudad del Este citam ‘perdas multimilionárias’ em carta aberta ao presidente do Paraguai

O documento, que cobra medidas sanitárias e de segurança, pede que governo “tome medidas a tempo e não permita que esta cidade caia na anarquia”.

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H2FOZ – Paulo Bogler

Empresários e lideranças de Ciudad del Este publicaram carta aberta (acesse aqui) dirigida ao presidente do Paraguai, Mario Abdo Benítez, nesta segunda-feira, 3, em que cobram do governo federal ações sanitárias e de segurança. O objetivo é, conforme o documento, “mitigar os impactos econômicos e à saúde”, provocados pela pandemia de covid-19.

A carta é assinada pela Câmara de Empresários de Ciudad del Este e Alto Paraná, Conselho de Desenvolvimento Econômico, Social e de Meio Ambiente de Ciudad del Este (Codeleste) e Ciudad del Este Convention & Visitors Buerau. 

As entidades pedem a instalação de laboratórios e ampliação da testagem, reforço de pessoal, posto sanitário na Ponte Internacional da Amizade, aumento de leitos de UTI, entre outros. Apoio das Forças Armadas e integração com as demais instituições para manter a segurança na cidade, mais recursos à Armada e reforço à Força Policial também são reivindicados. 

Na nota, as entidades descrevem o cenário socioeconômico como sendo de consumo interno reduzido e desemprego. “Nossa economia está quebrada, com perdas multimilionárias. Tudo o que temos perdeu valor de mercado. Estamos sem dignidade por falta de trabalho”, enfatiza o documento.  

Os signatários da carta aberta remetem a outras duas correspondências ao Executivo paraguaio, em 17 de março e 10 de abril deste ano, e atribuem ausência de determinação ao Ministério da Saúde Pública e Bem-Estar Social (MSPBS). Nas cartas anteriores, “recomendamos claramente a adoção de medidas de saúde e segurança para mitigar os impactos econômicos e à saúde”.

O texto prossegue dizendo que, “se o MSPBS tivesse agido com rapidez, inteligência e determinação, poderia ter evitado retornar à Fase 0 [da quarentena], em Ciudad del Este”. Para os empresários e dirigentes de instituições, essa regressão representa um “golpe moral e econômico”. 

O documento é enfático na cobrança ao presidente Mario Abdo Benítez: “Tome medidas a tempo e não permita que esta cidade caia na anarquia”, aponta. “Precisamos seguir trabalhando. O Paraguai é grande e podemos estar melhor”, conclui a nota das lideranças sociais e empresariais de Ciudad del Este.  

Entre as principais medidas sanitárias requeridas na carta aberta estão:

– instalação de pelo menos dois laboratórios biomoleculares com capacidade de realizar 800 amostras por dia, com resultados em até 24 horas;

– testes ampliados em 200 assentamentos em Ciudad del Este e localidades próximas;

– reforço de pessoal qualificado;

– envio de pedido de ajuda internacional; 

– testes de covid-19 a todos os motoristas de caminhões e seus acompanhantes que entram no país;

– ampliação para 60 o número de leitos de UTI exclusivos ao tratamento de pacientes com covid-19; e

– solicitação para a Itaipu Binacional construir posto sanitário na Ponte da Amizade para realizar testes aleatórios e o controle (para que esteja tudo pronto na reabertura da via).
 

Íntegra da carta aberta ao presidente do Paraguai

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