Pais que antecipam e pais que precipitam

Na ânsia de ver os filhos se destacarem, muitos pais caem na cilada do “quanto mais, melhor”. Há uma lógica trapaceira nesse raciocínio

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José Elias Castro Gomes

Depois de anos batendo na tecla do respeito a primeira infância, o governo corrigiu a distorção. Para 2019 crianças nascidas após 31 de março no ano que completam 6 anos frequentam o ultimo estágio da educação infantil.

Ensinar é antecipar. Você traz para o presente da criança e do adolescente conhecimentos para uso futuro. Ele pode não saber muito o que fazer com os conhecimentos sobre mitocôndrias ou o teorema de Pitágoras, mas eles se mostrarão imprescindíveis quando se tornar um biólogo ou arquiteto. Isso acontece até mesmo na história, com os saberes sobre regimes autoritários ou corruptos surgindo como alerta para quando nosso pequeno estudante for um eleitor e precisar escolher seus líderes.

Só que, tal qual o que difere o veneno da cura, o elemento que rege a forma certa de acumular conhecimentos é a dose. Quando em grande quantidade ou complexidade, a informação chega à criança de forma indigesta. Conhecimento deixa de ser estímulo e recompensa para se tornar fardo e amargor.

Na ânsia de ver os filhos se destacarem, muitos pais caem na cilada do “quanto mais, melhor”. Há uma lógica trapaceira nesse raciocínio: