IDH municipal mais alto e informalidade: desafios e perspectivas para Foz frente às cidades de fronteira

Dados socioeconômicos e cenários fronteiriços foram abordados pelo presidente do IDESF, Luciano Stremel Barros, no programa Marco Zero.

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Dados socioeconômicos e cenários fronteiriços foram abordados pelo presidente do IDESF, Luciano Stremel Barros, no programa Marco Zero.

Partindo da ideia de que se faz necessário conhecer a realidade para modificá-la, o Instituto de Desenvolvimento Econômico e Social de Fronteiras (IDESF), com sede em Foz do Iguaçu, lançou uma plataforma on-line com dados socioeconômicos de 588 cidades fronteiriças do país. Essas localidades estão a 150 quilômetros da faixa de fronteira, que se estende por 11 estados pelo território brasileiro.

Presidente do instituto, Luciano Stremel Barros esmiuçou parte desse amplo levantamento em entrevista ao programa Marco Zero, produção do H2FOZ e da Rádio Clube FM. As informações foram extraídas de fontes oficiais, principalmente de ministérios, e podem ser acessadas por qualquer pessoa interessada (clique aqui).

Assista à entrevista:

O trabalho é um desenvolvimento do estudo que o IDESF lançou em 2013 sobre a realidade econômica e social das cidades gêmeas de fronteira, que na época eram 30. Nesse novo painel de indicadores, com uso da ferramenta de Business Intelligence (BI), é possível consultar por município, acessar gráficos e índices globais e fazer comparativos entre as cidades.

Na entrevista, Luciano destacou que o Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM) de Foz do Iguaçu é de 0,75, maior do que a média dos 588 municípios da faixa de fronteira, que chega a 0,69. Essa referência contempla educação, longevidade e renda, e quanto mais perto de 1 mais aproxima-se do indicador ideal.

Por outro lado, contextualiza o presidente do IDESF, o trabalho informal segue sendo um desafio iguaçuense. “Os últimos dados que observamos da população economicamente ativa de Foz do Iguaçu mostraram que mais de 50% desse contingente, que vai dos 15 aos 65 anos, estavam trabalhando em atividades informais”, refletiu.

Ainda de acordo com Luciano Barros, não foi possível fazer uma “leitura pós-pandêmica, por isso esses dados podem ser diferentes, quem sabe para uma piora”, analisou. Para ele, a cidade está passando por um momento de mudança de perfil, o que “não acontece em um estalar de dedos, pois a evolução social é lenta”, declarou.

“Vamos ver como será esse cenário, eu acho que terá muita oportunidade de trabalho”, defendeu. “Ele deverá ser organizado para que os governos consigam fazer leituras rápidas, e a iniciativa privada também, para poder absorver essa mão de obra ociosa que conhece a região, sabe das potencialidades, já operou aqui”, frisou.

Na sua opinião, Foz do Iguaçu é privilegiada em relação a outras cidades de fronteira, pois conta com as Cataratas do Iguaçu, Itaipu Binacional, condições logísticas, comércio internacional, turismo e comércio pujantes, e todas as agências de Estado têm representações locais. “Vem um novo momento com esses investimentos que estão sendo realizados e os novos mercados que estão se abrindo. Foz do Iguaçu tem uma posição espetacular”, apostou Luciano Barros.

Fronteiras e seus desafios

Ao programa Marco Zero, o presidente do IDESF detalhou que nas 588 cidades, distribuídas por 16,8 quilômetros de fronteira, são aproximadamente 11,5 milhões de habitantes e uma população ativa de mais de oito milhões de pessoas. “É uma população jovem, e isso prova que temos um desafio gigante pela frente”, ponderou.

Nesse contexto, a educação é peça crucial, avaliou. “A educação é quase um mecanismo de distribuição porque o conhecimento não fica parado; quando ele é adquirido se transforma pelo exemplo e pela relação com o próximo. Traz uma agenda construtiva e do bem, que só a partir dessa base é que vamos ter condição de ter mais engenheiros, mais médicos e mais profissionais capazes de enfrentar o mercado de trabalho e ser agentes de modificação regional”, sublinhou Luciano Barros.

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