Combinação de poucas árvores e calor intenso faz motorista de Foz gastar mais gasolina

Estudo feito por professores da Unila mostra a importância da arborização urbana.

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Estudo feito por professores da Unila mostra a importância da arborização urbana

A combinação de altas temperaturas e poucas árvores faz os moradores de Foz do Iguaçu gastarem mais com gasolina. A conclusão faz parte de um estudo feito pelos professores Ricardo Hartmann, de Engenharia de Energia, e Diego Flores, de Geografia, ambos da Universidade Federal da Integração Latino-Americana (Unila).

Conforme a pesquisa, os motoristas de Foz do Iguaçu consomem 700 mil litros de gasolina a mais ao ano quando usam o ar-condicionado dos veículos e geram 1.400 toneladas de CO2. O combustível adicional corresponde a R$ 4 milhões.

Para chegar a essa conclusão, os professores mediram a temperatura interna e externa em veículo exposto e não exposto ao sol e observaram se a presença de árvores em trechos de ruas e avenidas influencia o consumo de combustível.

O carro usado para o estudo ficou estacionado por uma hora, em dia de sol, no verão, na Avenida Pedro Basso, que passa pelo Fórum local, em um trecho arborizado. Em um segundo momento, foi feito um experimento com veículo em uma área sem árvores da mesma via.

Os professores fizeram dezenas de fotos com uma câmera de infravermelho que capta diferenças na temperatura e concluíram que a temperatura interna de 33,72°C à sombra sobe para 62,38°C sob o Sol. “Sem arborização, o painel [do carro] fica com 83°C”, comenta o professor Ricardo Hartmann.

A matemática para se chegar ao valor gasto de combustível considera o uso de ar-condicionado de veículos estacionados em 1.545 vagas em locais sem árvores, com o valor de R$ 6 por litro da gasolina, totalizando R$ 4 milhões.

Com ferramentas de georreferenciamento, o professor Diego Flores mapeou as ruas mais arborizadas da cidade e aquelas com menos árvores. Foto: Marcos Labanca

Ilhas de calor

Com ferramentas de georreferenciamento, o professor Diego Flores mapeou as ruas mais arborizadas da cidade e aquelas com menos árvores. Com esse estudo, foram identificadas regiões denominadas ilhas de calor, que ficam nas regiões do Polo Centro, Centro Cívico e se estendem para o Morumbi, Panorama, Três Lagoas, Itaipu C e Cidade Nova.

Na contramão está o Bairro Itaipu A, que tem uma boa arborização e onde a temperatura é menor. As árvores têm importante papel na absorção da luz solar e no aproveitamento do calor.

Em áreas com menos árvores, a temperatura é maior, no entanto o professor alerta que para fazer o plantio é preciso planejamento considerando aspectos como a espécie, local, ruas e calçadas.

As árvores, segundo o professor Hartmann, transformam energia solar em massa, em vegetal e em clorofila. “Elas armazenam energia nas folhas, no tronco, nos caules, frutos. Então, aquela energia que ficaria e aqueceria a calçada, a casa ou asfalto, por exemplo, é absorvida pelas árvores.”

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