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Limpeza tira Bosque Guarani do abandono deixado por Chico Brasileiro

Apesar do serviço da prefeitura, espaço ainda não abre para a população, que pode opinar online sobre o plano de manejo.

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Limpeza tira Bosque Guarani do abandono deixado por Chico Brasileiro
Gestão contabilizou a retirada de dezenas de toneladas de lixo e entulho - foto: prefeitura/divulgação


A prefeitura, por meio da Secretaria de Meio Ambiente, fez uma limpeza geral, tirando o Bosque Guarani do abandono deixado pelo ex-prefeito Chico Brasileiro (PSD). O espaço está fechado há quatro anos.

A gestão contabilizou a retirada de dezenas de toneladas de lixo e entulho, durante o mutirão. E recolheu restos de poda triturada, com três caminhões carregados, entre outros materiais.

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Apesar da limpeza, o espaço não será liberado neste momento para a população. Uma consulta pública está aberta até 7 de março, para que os moradores deem sugestão sobre o plano de manejo do local, que é uma unidade de conservação.

A participação on-line ocorre mediante envio de formulário eletrônico para dvpucfi@gmail.com, com documento acessível em: https://www5.pmfi.pr.gov.br/publicacao-1608.

“Uma vez publicado o plano [de manejo], após toda a análise dos apontamentos da sociedade civil e das instituições governamentais, podem começar a ser desenvolvidos e implementados projetos de reabilitação da área”, cita a prefeitura.

Na consulta sobre o plano de manejo, a população pode sugerir melhorias e fazer apontamentos sobre a utilização do Boque Guarani. “As ideias mais pertinentes serão aderidas ao documento final”, explica a prefeitura, agregando que o submeterá a conselhos, antes de ser aprovado pela Secretaria de Meio Ambiente.

A iniciativa envolve as secretarias municipais de Meio Ambiente, de Turismo e de Planejamento e Urbanismo, com parceria do Fundo Iguaçu e suporte técnico da Consultoria Geo Brasilis.

Unidade de conservação

O Bosque Guarani foi convertido, por lei municipal, em unidade de conservação em abril de 2023. Na prática, a norma não foi efetivada até o momento, permanecendo no papel como outros instrumentos municipais vitais à proteção ambiental.

Criado em 1996, o Bosque Guarani abrigou mais de 150 animais, área que foi desativada em 2021, com as espécies transferidas para outros locais. A unidade está fechada desde a gestão passada.

Em sua trajetória, o bosque alia visitação de moradores, turistas, conservação e educação ambiental. Destaque para a gratuidade, que – junto com a localização, na frente do terminal de ônibus e em região central – proporciona a visitação de famílias dos estratos populares – bem como, durante a semana, trabalhadores do comércio e de serviços.

Prestes de completar 30 anos, em 2026, o Bosque Guarani é um oásis verde, privilégio para cidades que contam com tais áreas em regiões acessíveis à população. Constitui um remanescente de vegetação nativa em 4,2 hectares.

De ipês a araucárias

Em um passeio pela mata, é possível encontrar cedro, ipê-roxo – árvore símbolo de Foz do Iguaçu –, canjarana, ingá, louro-pardo, canafístula caroba, embaúba e muitas outras. Registra-se também plantação de árvores jovens, de perobas a araucárias.

Em meio a incertezas quanto à reabertura e ao futuro do Bosque Guarani, moradores, ativistas ambientais, professores, pesquisadores e ambientalistas acompanham de perto as propostas para a área. Entre os receios estão eventuais restrições à conservação e à comunidade em favor da atividade turística.

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    Paulo Bogler

    Paulo Bogler é repórter do H2FOZ. Com enfoque em pautas comunitárias, atua na cobertura de temas relacionados à cidade, política, cidadania, desenvolvimento e cultura local. Tem interesse em promover histórias, vozes e o cotidiano da população. E-mail: bogler@h2foz.com.br.