No Dia da Terra, ativistas e moradores fazem ato na Praça das Aroeiras

Grupo pede preservação da praça e aguarda tombamento para assegurar o patrimônio natural.

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Ativistas e moradores realizaram, na manhã deste sábado, 22, Dia da Terra, um ato de abraço simbólico na Praça das Aroeiras, no Jardim Social. O espaço verde está sob os olhares de parte da comunidade, porque a prefeitura quer construir uma escola municipal na área.

Moradores do bairro travaram uma batalha judicial com o município nos últimos anos para evitar que a praça, de 4.698 metros quadrados, seja ocupada pela obra. Por outro lado, há pais de alunos e professores defendendo que a Escola Lucia Marlene Pena Nieradka, que hoje funciona embaixo das arquibancadas do Estádio Pedro Basso, seja erguida no local.

O abraço foi realizado na parte central da praça e contou com adesão de um grupo de índios avás-guaranis. “Estamos aqui para ajudar. O mais importante é preservar a natureza”, diz o avá Gilberto Cunumim Martinez.

Índios avá-guarani participaram do ato. Foto: Marcos Labanca/H2Foz

O morador e advogado Ivan Melo aposta no tombamento municipal para livrar a praça das obras. O pedido para que a escola não seja construída no local está na Justiça, embora a prefeitura tenha feito a licitação e contratado uma empresa para executar a obra. 

Moradores tem uma relação afetiva com a praça. Foto Marcos Labanca/H2Foz

Memória afetiva

Muitos moradores guardam na memória os momentos que já viveram na praça, desde que foi criada. Marci Garbelotti, 75 anos, lembra-se da mãe, Itália Correia, e dos filhos, quando crianças, no local.

Inicialmente chamado de Praça do Pinheiro, o espaço foi palco de muitas brincadeiras das crianças, que faziam luau e comemorações. “Fizemos apresentações de Natal com nossos filhos.” As primeiras árvores começaram a ser plantadas há cerca de 47 anos, inclusive por pessoas já falecidas, conta.

Atualmente, a praça tem 102 árvores, entre aroeiras, araucárias e paus-brasis, plantados a partir de um projeto do Rotary Clube, e ipês.  

Tombamento

No dia 21 de fevereiro, um pedido de tombamento do local como patrimônio natural e paisagístico, feito pelo Centro de Direitos Humanos e Memória Popular (CDHMP), foi protocolado e chegou ao Conselho Municipal de Patrimônio Cultural (Cepac). Com isso, não é possível realizar obras na área.

No entanto, o município, com a intenção de construir a escola no local, entrou com um pedido de impugnação do tombamento. Porém, membros do Cepac alegam que a solicitação da impugnação ocorreu fora do prazo, ou seja, 30 dias após o protocolo do tombamento.

Para assegurar o patrimônio da praça, o CDHMP ainda solicitou tombamento via estado do Paraná e no Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN).

O município aguarda liberação da licença ambiental por parte do Instituto Água e Terra (IAT) para iniciar as obras no espaço público.

Em âmbito municipal, o pedido de tombamento está sob análise e será avaliado pelos conselheiros do Cepac, formado por 18 membros, dos quais nove são indicados pela prefeitura e outros nove pela comunidade, muitos representantes de instituições tais como universidades.

Recentemente, o município decidiu retirar o arquiteto Ricardo Albuquerque da função de vice-presidente do Conselho Municipal de Patrimônio Cultural. Ricardo se posicionava a favor do tombamento da Praça das Aroeiras e hoje não integra mais o Cepac.

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2 Comentários
  1. Rosimeire Diz

    Boa noite…qual Rotary ajudou?

  2. Angela Maria Berlanda Diz

    Assistam a Audiência Pública da Camara Munucipal de FI do dia 12/04/23 onde técnicos e profissionais da Sec. do Meio Ambiente, Sec Educacao, Sec de Obras e Sec. Planejamento mostram a verdade sobre esse terreno e a importância e necessidade de construir a Escola neste local que é Terreno de Reserva Técnica da Prefeitura .
    Escola e Praça no mesmo local , benefício para todos !

Comentários estão fechados.