Foz chega mais perto da situação de epidemia de dengue

Em apenas uma semana, foram registrados mais 176 casos da doença. 

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Foz do Iguaçu ainda não atingiu a situação de epidemia de dengue. Mas está chegando perigosamente perto.

O número de casos confirmados na cidade subiu para 691 (eram 515 na semana passada), abaixo apenas de Londrina, com 891.

No Paraná, 31 municípios sofrem epidemia de dengue. Nestas cidades, há proporcionalmente mais de 300 casos confirmados por 100 mil habitantes.

Mais perto

Dividindo-se a população de Foz (262 mil habitantes) pelo número de casos, chega-se a 379. Não é epidemia, mas pode chegar a essa situação se o combate ao mosquito da dengue (Aedes aegypti) não for ainda mais incisivo.

Isso não depende apenas do poder público, mas também – e principalmente – da população, que precisa evitar os criadouros do mosquito.

Cuidado, sempre, com locais e objetos que acumulam água, como vasos de plantas, pneus, garrafas, latas e assemelhados. Não deixe acumular lixo. E denuncie o vizinho que faz isso. É a saúde de todos que está em jogo.

Frio não resolve

O friozinho não é suficiente para eliminar o mosquito. A médica veterinária do Centro de Vigilância Ambiental da Secretaria de Estado da Saúde (Sesa), Ivana Belmonte, alerta: “Não podemos relaxar no controle em função da chegada dos dias frios; os criadouros devem ser eliminados a todo momento, pois resistem por muito tempo, e a qualquer virada do tempo os ovos vão eclodir, virar larva e depois mosquito". 

E conclui: "Eliminar os focos é a recomendação que transmitimos diariamente. Em momento algum podemos relaxar no combate contra a dengue”.

Nos vizinhos

Segundo o boletim epidemiológico divulgado pela Sesa, aqui pertinho de Foz há dois municípios em situação de epidemia: Santa Terezinha de Itaipu e Medianeira. 

Os outros são: Japurá, Francisco Alves, Porto Rico, Leópolis, Uraí, Lupionópolis, Arapuã, Loanda, Itambé, Santa Mariana, Terra Roxa, Alvorada do Sul, Abatiá, Flórida, Nova Londrina, Missal, Moreira Sales, Rancho Alegre, Santo Antônio do Paraíso, Anahy, Cafeara, Lindoeste, Andirá, São Pedro do Ivaí, Santa Isabel do Ivaí, Paranacity, Bandeirantes, Nova Olímpia e Cianorte.

Mais mortes

A dengue fez mais três vítimas fatais no Paraná, segundo o boletim, divulgado na terça-feira, 14: duas em Loanda (uma mulher de 51 anos e um homem de 65 anos); e uma em Londrina (um homem de 71 anos).

Agora são 13 mortes por dengue no Paraná. Os 10 casos anteriores aconteceram nos municípios de Londrina (5), Cascavel (3) e Maringá (2).

O médico José Carlos Leite, do Setor de Doenças Transmitidas por Vetores, afirma que a equipe que percorreu as regionais de Saúde, detectou muitos problemas. 

“Os criadouros e focos do mosquito Aedes aegypti estão nos quintais e terrenos baldios, nos pontos de acúmulo de lixo, nos recipientes com água parada, e ainda estão nos pratinhos dos vasos de planta que também acumulam água parada, inclusive dentro das residências”, conta.

Segundo o médico, a eliminação dos criadouros é a medida mais efetiva para acabar com a dengue. 

“Enquanto não acabarmos com os focos, os ovos depositados continuarão se transformando em larvas, e as larvas em mosquitos transmissores da dengue, da chikungunya e da zika vírus”, explica.

O mais grave, segundo ele, é que os ovos permanecem vivos por mais de um ano. E assim que recebem um pouco de água, se transformam no mosquito. Por isso é importante que a população faça um esforço concentrado para a eliminação do vetor.

Já o médico Enéas Cordeiro de Souza Filho, que também atua no Setor  de Doenças Transmitidas por Vetores, diz que o fumacê não é decisivo no combate à dengue.

“O veneno ajuda, mas não resolve o problema da proliferação, pois apenas elimina o mosquito que está na fase adulta; as larvas que se transformarão no mosquito só acabam mesmo com a remoção do criadouro, do lixo e do acúmulo de água parada”, explica.

Casos

O boletim divulgado pela Sesa totaliza 6.772 casos confirmados de dengue no Paraná, 834 casos a mais que na semana passada, que contava 5.938 casos. Os casos confirmados estão em 203 municípios.

Os municípios com maiores índices de incidência são Japurá, Francisco Alves, Porto Rico, Leópolis, Uraí, Lupionópolis, Arapuã, Loanda, Itambé, Santa Mariana e Terra Roxa.
 

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