Os governos de Brasil e Paraguai retomaram as conversações sobre a revisão do Anexo C do Tratado de Itaipu, que define as bases financeiras para o funcionamento da hidrelétrica binacional.
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Na última quinta-feira (3), os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Santiago Peña mantiveram uma reunião bilateral. O encontro ocorreu em paralelo à Cúpula do Mercosul, celebrada na cidade de Buenos Aires (Argentina).
De acordo com a imprensa do Paraguai, a conversa entre Lula e Peña serviu para diluir o mal-estar gerado após denúncias de espionagem.
Em março, o portal UOL publicou que autoridades paraguaias foram alvo de uma operação de monitoramento da Agência Brasileira de Inteligência (Abin).
A ação teria começado em junho de 2022, durante a gestão de Jair Bolsonaro, e durado até março de 2023, já no governo Lula. O presidente afirma, contudo, que a interrupção ocorreu tão logo o novo diretor da Abin tomou conhecimento do caso.
O Paraguai cobra o envio de um relatório com as informações obtidas de forma clandestina pela inteligência brasileira. Lula garantiu a Peña que o Brasil encaminhará o documento assim que os órgãos de fiscalização concluírem a apuração.
“O respeito e o diálogo são as condições básicas para fortalecer a confiança e avançar rumo a um futuro compartilhado”, escreveu o presidente do Paraguai, compartilhando, em suas redes sociais, fotos do encontro.
Após a reunião em Buenos Aires, Lula e Peña instruíram os chanceleres dos dois países para a retomada das negociações sobre Itaipu, suspensas desde abril.
Antes da pausa forçada, Brasil e Paraguai esperavam concluir a nova versão do Anexo C até o final de maio. Em 2023, o documento completou 50 anos de vigência, idade prevista para sua revisão.