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História

Dourado no lago

Quando a Itaipu apostou na criação de dourado no lago em 1989

O jornal Nosso Tempo reportou a iniciativa de reprodução do “tigre” das águas, presente em histórias e estórias de pescadores.

3 min de leitura
Quando a Itaipu apostou na criação de dourado no lago em 1989
Peixe foi levado aos tanques-redes do reservatório da usina - foto: Nosso Tempo/reprodução


Apetitoso, feroz e reverenciado. E personagem de muitas histórias e estórias de pescadores. Assim o jornal Nosso Tempo, em edição de 1989, registrou a experiência da Itaipu Binacional na criação de dourados no lago.

O “Tigre do Paraná”, como o peixe é conhecido, foi levado aos tanques-redes do reservatório da usina. Os técnicos usaram a técnica que já vinha sendo aplicada na reprodução de outras espécies, a exemplo do pacu.

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A reportagem contextualiza que a iniciativa não era inédita, já empreendida por institutos de pesquisa. A dificuldade, argumenta, é que o “dourado é um canibal por excelência”; por isso, sua procriação em cativeiro, em geral, não obtém resultados positivos.

“Os alevinos (forma jovem dos peixes) que conseguimos da CESP (Companhia Energética de São Paulo) eram cerca de dez mil”, contabiliza o biólogo José Roberto Borghetti, responsável pelo projeto. “Só que, quando fomos buscá-los, encontramos apenas 980; o restante dos peixes já havia sido devorado pelos que estavam vivos”, reporta.

A Itaipu passou a alimentar os douradinhos com uma ração balanceada, formulada pela equipe do biólogo, baseada no cardápio usado para salmões em cativeiro. Os peixes, então, pararam de devorar uns aos outros, escreveu o jornal.

Leia a reportagem original na íntegra.

Dourado no lago

Na época, conforme o Nosso Tempo, criar dourado em cativeiro era um projeto prioritário. “Além de ser um peixe nativo da região, o dourado tem uma carne bastante saborosa, de fácil comercialização e elevado valor econômico”, pontua o diretor de Coordenação da época, Luiz Eduardo Veiga Lopes.

O semanário iguaçuense estampou uma bio do dourado. Nativo da Bacia do Prata, chega a percorrer, antes da desova, de dez a doze quilômetros todos os dias. Alimenta-se de peixes, como palometas, corimbas, piaus, traíras. Pode alcançar mais de um metro de comprimento e 22 quilos de peso.

Dourado, hoje, na Itaipu

Três décadas depois, a Itaipu Binacional acaba de iniciar pesquisa para desenvolver o dourado em tanques-rede (leia aqui). A primeira carga, com seis mil peixes jovens, com seis meses de idade, chegou em janeiro à Unidade Demonstrativa e Experimental de Aquicultura em Sistema Bioflocos.

O objetivo é valorizar comercialmente a espécie, cuja pesca é proibida no Paraná, gerando renda para a comunidade e contribuindo para a conservação. A compra de um peixe da pesca representa a extração de um recurso limitado, expõe a usina; com a aquicultura, é garantido o consumo humano sem impactar o estoque natural.

História de Foz a um clique

O portal Nosso Tempo Digital reúne todo o acervo do jornal, projeto lançado para marcar o aniversário de 30 anos do periódico rebelde. Assim, o objetivo é preservar a memória da cidade, facilitar o acesso à história local e regional, e democratizar a consulta ao acervo midiático por meio da internet.

O acesso é gratuito. O acervo constitui fonte valiosa para o morador desejoso de vasculhar a história da cidade e de seus atores, contada nas 387 edições do jornal que foram digitalizadas, abrangendo de dezembro de 1980 a dezembro de 1989.

*Texto produzido sem pesquisa adicional. Na versão original, é possível haver incorreções devido à composição manual da época.

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    Paulo Bogler

    Paulo Bogler é repórter do H2FOZ. Com enfoque em pautas comunitárias, atua na cobertura de temas relacionados à cidade, política, cidadania, desenvolvimento e cultura local. Tem interesse em promover histórias, vozes e o cotidiano da população. E-mail: bogler@h2foz.com.br.